O sentimento nacionalista aflorou ainda mais na seleção croata com a chegada na inédita final de Copa do Mundo. Isso ficou ainda mais flagrante nas respostas do meia Rakitic em coletiva de imprensa ocorrida nesta sexta-feira, no Estádio Lujniki, palco do jogo com a França, neste domingo, às 12h (de Brasília).
Questionado se tinha feito a escolha certa ao escolher a Croácia ao invés da Suíça (país onde nasceu), Rakitic foi direto ao ponto.
- Não poderia existir sentimento melhor agora. Decidi atuar pela Croácia e sempre tive sonhos. Sempre quero jogar finais, estou habituado a isso. Mas chegar a uma decisão da Copa do Mundo é a realização de um objetivo maior. Quero muito aproveitar esses dias. Trocaria minha carreira inteira por esse título - destacou.
Rakitic também fez questão de deixar qualquer objetivo pessoal dele ou de qualquer companheiro de seleção de lado em prol da inédita conquista. E usou o povo croata para o exemplo de força em um momento onde o grupo está desgastado por ter atuado em três prorrogações.
- Não estaremos sozinhos. Não será apenas 11 jogadores em campo, nossa comissão, o grupo. Vão entrar em campo quatro milhões de croatas conosco. Desde os primeiros dias aqui na Rússia sentimos a energia deles. E ver as últimas imagens de emoção pelo feito é algo gratificante. Vamos nos superar mais uma vez. É o jogo da história do esporte croata - declarou.
Outro ponto importante do bate-papo de Rakitic foi Djokovic. O tenista da Sérvia, país que é rival da Croácia, afirmou recentemente que torceria para seus vizinhos e foi hostilizado por seus conterrâneos. O meia do Barcelona enalteceu o "vizinho" e foi além.
- Tiro o meu chapéu para ele. Também afirmo que vou torcer para ele estar na final de Wimbledon (Djokovic joga nesta sexta-feira com Rafael Nadal pela semifinal do torneio). Quero que domingo seja um dia de títulos para nós dois. As pessoas precisam entender que somos seres humanos. A história fica para trás. Ele é uma pessoa fantástica - declarou.
A Croácia treina nesta sexta-feira em um campo anexo ao Estádio Lujniki. No entanto, o técnico Zlatko Dalic não dará pistas sobre qual time enfrenta a França. A questão física, contudo, deve ser determinante para a definição da equipe titular da Croácia.
OUTROS PONTOS DA COLETIVA DE RAKITIC
Final da Copa
É um jogo histórico não só para os jogadores. É um país todo envolvido nessa partida. Haverá energia nossa, não se preocupem com a parte física. É o jogo de nossas vidas. Vamos dar suporte uns aos outros. Precisamos apenas de um pouco de sorte para chegar ao título.
Néstor Pitana (árbitro da final)
Gostei da escolha. Ele apitou o nosso jogo diante da Dinamarca e, independente que o resultado tenha nos favorecido, foi fantástico na conduta daquela partida. Assim como nós, esse será o jogo da carreira dele. Espero que desfrute desta experiência.
O diferencial do povo croata
O croata tem um sentimento próprio pelo país maior que, por exemplo, o francês tem pela França, ou o russo pela Rússia. Quando você coloca a camisa da Croácia vira outra pessoa. Temos uma união única.
Modric
Se o técnico (Zlatko Dalic) falou que ele é o melhor da Copa tem razão. Modric fez um grande Mundial, nos ajudou muito. Mas nessa hora ele não está preocupado com isso. Assim como todos os outros jogadores, agora o nosso único foco e preocupação é com o título.
França
É uma grande equipe. Mereceram para chegar até aqui. Falei rapidamente com o Umtiti (companheiro de Barcelona). Desejamos sorte um ao outro, mas nessa partida só um vai sair vitorioso.