Recordista, Deschamps tenta provar que trabalho longo vale a pena
Jogo contra a Argentina foi o 80º do técnico à frente da seleção francesa, recorde que lhe rendeu uma homenagem na concentração. Mas ainda lhe falta um título...
Didier Deschamps entrou (de novo) para a história do futebol francês. Campeão da Copa do Mundo e da Eurocopa como jogador, respectivamente em 1998 e 2000, ele acaba de se tornar o treinador com mais jogos à frente da seleção do país: são 80 jogos contra 79 de Raymond Domenech. Mas só os títulos serão capazes de mostrar que a continuidade está valendo a pena.
Deschamps faz parte do seleto grupo de treinadores que dirigiram a mesma seleção nas Copas de 2014 e 2018, ao lado de Joachim Low (Alemanha, já eliminada), Carlos Queiroz (Irã, já eliminado), José Pékerman (Colômbia, já eliminado) e Oscar Tabárez, do Uruguai, justamente o seu adversário nas quartas de final, às 11h de sexta-feira.
No Mundial do Brasil, os Bleus esbarraram na campeã Alemanha nas quartas de final e perderam por 1 a 0. Dois anos depois, chegaram até a final da Eurocopa e eram favoritos, ainda mais depois de Cristiano Ronaldo se machucar e ser substituído logo no início, mas caíram na prorrogação, também por 1 a 0.
A França foi a líder de seu grupo nas Eliminatórias, mas intercalou resultados ótimos (4 a 0 na Holanda em agosto de 2017, por exemplo) com atuações alarmantes (0 a 0 em casa, em setembro do ano passado), São 51 vitórias, 15 empates e 14 derrotas com Deschamps no comando.
A seleção apresentou indícios de que pode embalar justamente na partida que estabeleceu o recorde de seu treinador: vitória por 4 a 3 sobre a Argentina, no último sábado. O esquema com Matuidi, Kanté e Pogba dando sustentação a Griezmann no meio de campo, com Mbappé livre para arrancar e Giroud como referência deu certo. Pavard, que ganhou recentemente a vaga de Sidibé na lateral direita, marcou um golaço e mostrou que foi outra aposta certeira.
Estabelecer Griezmann e Mbappé como referências da equipe e deixar Benzema fora também foram ações com a assinatura do comandante.
Na sexta, com Matuidi suspenso, as opções são Tolisso e Lemar. O primeiro com característica mais parecida, de marcação e infiltração, e o segundo com velocidade e capacidade de construir pela esquerda ou por dentro.