Um dia após desembarcar na Rússia, Portugal realizou, no fim da manhã deste domingo em um dos campos do CT do clube Saturn, na cidade de Kratovo, o seu primeiro treino no país-sede da Copa do Mundo. Como é padrão nas últimas competições, este trabalho inicial foi aberto ao público. Porém, diferentemente do que aconteceu na Copa-2014 no Brasil ou na Euro-2016 na França (país que tem mais imigrantes portugueses), este treino não contou com torcida lusitana. Afinal, há poucos portugueses na Rússia, e ainda menos em uma cidade pequena da região de Moscou. Assim, quase 300 pessoas que se aventuraram a curtir um domingo frio (11 graus) e chuvoso eram russas. Muitas delas crianças.
- Ronaldo, Ronaldo - gritavam os meninos, que tinha num professor de educação física de uma escola local o seu líder. Ele sempre pedia para as crianças chamarem o nome do craque português. E era prontamente atendido.
- A Copa é uma experiência marcante. E ter Portugal na nossa cidade é um presente. Por isso, fizemos questão de prestigiar este treinamento - comentou Dimitri, um russo que falava inglês e não parava de tirar fotos dos jogadores. Ao seu lado estava uma bela loira que posava para a imprensa (em maior número do que a torcida e separada dos fãs por apenas uma fita).
- Ver Cristiano Ronaldo é um privilégio. Jamais imaginei isso aqui na minha cidade - completou Dimitri.
Torcida e imprensa só tinham um interesse: registrar tudo o CR7 fazia. Chegava a ser curioso ver o mar de fotógrafos e cinegrafista ficarem mudando a posição de suas câmeras sempre que o craque trocava de posição, nos treinos. Já a torcida gritava a cada toque que o jogador dava na bola.
E Ronaldo não decepcionou. Num treino leve - com finalizações, dois toques e um rachão - CR7 era o mais ligado: reclamava do posicionamento, lamentava quando perdia uma chance (numa delas deixou a bola sair na linha de fundo e, irritado, deu um chutão. A bola parou fora do CT). E comemorava gol (fez dois no rachão) como se fosse jogo para valer. Fotógrafos e torcida agradeciam.
- Portugal tem um craque, mas também somos um país que hoje dá as cartas no futebol mundial. Por isso é que despertamos tanto interesse. Além do mais, sempre somos vistos como uma seleção amiga, o que agrega ainda mais torcedores para nós. Por isso recebemos tanto carinho - disse Paulo Vizeu, embaixador português na Rússia e que, usando um cachecol verde e vermelho, podia dizer que era o único não russo no meio dos "adeptos".
No fim, os jogadores foram até os torcedores e tiraram selfies e fotos (nem precisa dizer quem era o mais assediado). Também fizeram uma gentileza, distribuindo dezenas de cards com a foto oficial da equipe. Mais uns cinco minutos de alongamento e todos seguiram para o hotel que também fica no CT, encerrando um domingão sem coletivas e com um treino para russo ver, principalmente as crianças, todas felizes no gélido domingo de pré-verão.