Roberto Martinez chega para a decisão desta terça-feira, contra a França, pela semifinal da Copa do Mundo, com quase dois anos de trabalho e 24 jogos sem perder à frente da Bélgica. Mas o sucesso atual também é creditado pelo comandante a Marc Wilmots, treinador que dirigiu os belgas de 2012 a 2016 - caiu nas quartas de final na Copa de 2014. Ao responder uma pergunta sobre o ex-técnico, o atual treinador da Bélgica dedicou a vitória sobre o Brasil, na última sexta-feira, nas quartas de final, também a Wilmots.
Ex-atacante da seleção belga, Wilmots marcou um gol mal anulado contra o Brasil nas oitavas da Copa do Mundo de 2002. A partida estava empatada em 0 a 0 e acabou sendo vencida pelo Brasil (2 a 0), que seguiu para o título.
- Wilmots é muito importante para esses jogadores, foi treinador por muito tempo. Tento aproveitar o que o antecessor fez quando assumo. Ele fez um gol contra o Brasil que foi anulado numa Copa do Mundo, acho que nossa vitória também foi uma vingança para ele (risos) - afirmou Roberto Martinez.
O treinador espanhol já igualou a melhor campanha da história da Bélgica em Copas do Mundo. A seleção chegou uma única vez à semifinal e acabou em quarto lugar, no Mundial de 1986, no México - caiu diante da campeã Argentina de Diego Maradona. O grupo colocou chegar a uma final como meta quando a Copa começou na Rússia. Falta um jogo para que a Bélgica faça história e possa sonhar com a taça no próximo domingo, em Moscou.
- É uma única oportunidade para os dois times. São dois anos de trabalho comigo na Bélgica. É uma única oportunidade para qualquer jogador, algo especial estar em uma semifinal. Muito importante para as duas nações, estamos motivados. Quando você está numa semifinal, é uma chance única na carreira de qualquer um. Nós respeitamos imensamente a qualidade da França, é o jogo perfeito. Você precisa ter concentração - disse o treinador.
Roberto Martinez ainda respondeu muitas perguntas sobre a atuação da Bélgica contra o Brasil na entrevista desta segunda-feira, em São Petesburgo, local de decisão diante dos franceses nesta terça. Uma delas foi sobre a forma de jogar com três zagueiros. Para o espanhol, tudo é adaptável.
- Jogar com três atrás é muito difícil, gera muitas situações de um contra um. Em alguns jogos, você precisa ter quatro na última linha. Contra o Brasil, nós fizemos. Essa é a qualidade desse grupo, a incrível capacidade de mudar o jeito de jogar. A inteligência e a forma de se adaptar é muito satisfatória. O jogo contra o Brasil foi muito importante para um técnico. Foram vários elementos, situações, para ajudar os jogadores. Eu gosto de desfrutar do jogo - disse.
A equipe que começa jogando contra a França não foi confirmada.
- Nós somos um time, com individualidades que fazem diferença. É um grupo, essa é a chave para a campanha na Copa do Mundo. 20 jogadores começaram jogando. São processos, dois anos de trabalho. Todos têm a mesma ambição. É um grupo de pessoas, com orgulho de defender o futebol da Bélgica.
Dos 23 jogadores belgas na Copa, apenas os goleiros reservas Simon Mignolet e Koen Casteels não entraram em campo. O titular Courtois jogou cinco vezes.