Uma das favoritas, França pode ter juventude como um obstáculo
Com menor média de idade da Copa, franceses precisam driblar a desconfiança pelo número de jovens, ressurgir após cair nas quartas em 2014 e do vice na Euro, em casa
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Quando a convocação da França saiu, algumas ausências chamaram atenção. A exclusão de nomes como Payet, Rabiot, Coman, Lacazette, Benzema e Martial são fruto do grande volume de opções de Didier Deschamps, leque este que faz com que a seleção seja uma das grandes favoritas para essa Copa do Mundo na Rússia.
Mas há questionamentos no país. O grupo cheio de jovens e a menor média de idade do Mundial ao lado da Nigéria, com 26 anos pode ser um ponto contra os campeões mundiais de 1998. O ciclo após a queda nas quartas de final da Copa de 2014, no Brasil, não foi empolgante. Além do vice-campeonato na Eurocopa de 2016, quando era o país-sede, o time teve tropeços recentes contra Luxemburgo e Suécia, ligando o sinal de alerta.
- Acredito que a França faz parte de um segundo grupo de favoritos. O primeiro é composto por Espanha, Alemanha e Brasil. A seleção francesa ainda está um degrau abaixo e isso é bom. A França não tem um histórico bom de lidar com o favoritismo. Em 2002, como campeã mundial, passou vergonha, assim como 2010, quando era a atual vice - analisou o jornalista francês Bertrand Blais.
- A idade do grupo é baixa, mais do que isso, a média do número de convocações também é abaixo. A ausência de um jogador como o Laurent Koscielny (machucado) deixa a média ainda mais baixa. Por isso, chamaram o zagueiro Adil Rami. Algumas pessoas pedem que ele seja titular pela experiência, e por ser mais raçudo do que Umtiti e Varane, dois jogadores que normalmente recebem ordens de Piqué e Sergio Ramos em seus clubes (Barcelona e Real Madrid, respectivamente) - completou.
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Apesar desses fatores, são diversas alternativas para fazer a diferença e ganhar mais um título. Entre os nomes da equipe estão Antoine Griezmann, do Atlético de Madrid, Kylian Mbappé, do PSG, Ousmane Dembélé, do Barcelona, N'Golo Kanté, do Chelsea.
PRESSÃO EM DESCHAMPS
Assim que Zinedine Zidane anunciou sua saída do Real Madrid, Didier Deschamps passou a ser mais pressionado no comando da França. O treinador já vinha sendo cobrado pela falta de títulos e a imprensa local especula se essa pode ser sua última Copa do Mundo.
- O Deschamps renovou o contrato recentemente. Claro que o fato do Zidane deixar o Real Madrid joga uma luz no futuro dele, mas o treinador tem moral o bastante na França. Ele está sendo criticado em termos de jogo desenvolvido, mas não ao ponto de pedirem a cabeça dele. Ele foi um grande jogador. Ele tem moral. Como treinador, perdemos de 1 a 0 contra a Alemanha e na Euro foi só na final na prorrogação. Acho que ele só fica pressionado se passar muita vergonha, como cair na fase de grupos. Deve ficar até o final do contrato para, aí sim, ter o nome do Zidane novamente - afirmou Bertrand Blais.
Fato é que o chefão da federação francesa, Noel Le Graet, já fez questão de bancar o treinador mesmo após o Mundial, dizendo que ele continuará na equipe até 2020, quando termina o contrato.
O QUE PENSAM OS JOGADORES
Quem conhece bem os jogadores da seleção francesa são os brasileiros Fabinho e Jemerson, que atuaram pelo Monaco na última temporada. O último, inclusive, se transferiu para o Liverpool, da Inglaterra. Ambos consideram a França uma das grandes favoritas para esse Mundial.
- Sempre que falei das favoritas para a Copa do Mundo eu coloquei a França. Apesar de ter uma seleção jovem, é muito forte, um time que se destaca principalmente pela qualidade ofensiva. É uma das grandes seleções nesse quesito. Creio que eles podem chegar muito longe. Se fosse para dizer hoje uma possível final, eu diria Brasil x França. Tem que ter cuidado com eles, pois, apesar de serem jovens, podem avançar bem - analisou Fabinho.
- Acho que a seleção da França tem tudo pra chegar longe nessa Copa. É um time jovem, mas com jogadores já acostumados com a pressão de disputar as competições europeias por grandes clubes. Além disso, talvez seja o time que melhor reúna técnica apurada e força física nessa Copa do Mundo. Espero que eles possam ir longe, mas só até cruzarem o caminho do Brasil (risos) - começou falando Jemerson.
- Dentre os jogadores que jogam ou já jogaram comigo no Monaco, estão o Sidibá, que é um lateral que apoia bastante e tem muita força; o Lemar, que pra mim é um dos craques da seleção deles e tem uma habilidade muito acima da média; e também o Mbappé, que jogava aqui até a temporada passada, que é um garoto muito bom de bola e que pode desequilibrar, por ser veloz e muito preciso na hora da finalização - completou.
O defensor, que ainda está na equipe do Principado, era um dos cotados para aparecer na lista final do técnico Tite ainda falou sobre a Seleção Brasileira. Além disso, elogiou o comandante.
- Brasil é um dos grandes favoritos, sem dúvida. Acho que ao lado de França, Alemanha, Espanha e Argentina. Espero que chegue até a final e consiga trazer o título. O Tite é um técnico de alto nível, tem total controle sobre o grupo, que está totalmente focado em um só objetivo. É pensar em um passo de cada vez, um jogo de cada vez, e as coisas vão dar certo. Estou na torcida por todos eles - analisou Jemerson.
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