A França está de volta a uma final de Copa do Mundo após 12 anos do vice de 2006 e, 20 depois da conquista do título de 1998, pode tornar-se bicampeã. É a terceira decisão de Copa da história dos franceses, que venceram a Bélgica por 1 a 0 nesta terça-feira, em São Petersburgo, e festejaram demais no campo mais um passo dado rumo à conquista. A França colocou fim a uma série de quase dois anos sem derrotas dos belgas (24 partidas) e espera Inglaterra ou Croácia, que jogam nesta quarta, para saber quem enfrentará na decisão de Moscou, no estádio Lujniki, no próximo domingo, às 12h (de Brasília). Umtiti, um gigante, colocou fim ao sonho da Bélgica de ir à final inédita em 2018.
A equipe belga era a única com 100% de aproveitamento no Mundial. Agora resta tentar o terceiro lugar, campanha que pode superar o quarto de 1986.
A estratégia belga
Mais uma vez na Copa do Mundo, o time de Roberto Martinez mudou sua forma de jogar. O zagueiro Vertonghen virou lateral-esquerdo na fase defensiva da Bélgica, com Chadli do outro lado e Kompany e Alderweireld centralizados: uma linha de quatro que só se desfazia quando a equipe tinha a bola. Witsel, Fellaini e Dembele formaram o meio. E os belgas, assim, tiveram mais a bola no primeiro tempo (58% a 42%) contra a França em seu esquema habitual.
Meio a meio
Os primeiros 25 minutos foram da Bélgica. As finalizações não foram muitas (três), mas colocaram Lloris para trabalhar em uma delas. Hazard, assim como contra o Brasil, entrou inspirado aberto na esquerda. Quem desarma ele? Fellaini grudou em Pogba, parceiro de Manchester United (ING), para neutralizar o meio francês. Mas o time de Dechamps se encontrou na metade da primeira etapa, encaixou a marcação. Pogba, Kanté e Matuidi (que trio!) passaram a ganhar o meio, dando sustentação a Griezmann e Mbappé. O time finalizou mais (11 vezes - seis certas) e só não abriu o placar porque o pé salvador de Courtois desviou um chute cruzado do bom lateral Pavard.
Estádio neutro
O público na Arena Zenit foi frio como verão de São Petersburgo, que teve o termômetro na marca dos 15 graus. Já foi difícil de encontrar franceses e belgas na ruas e, no estádio, eles foram em pequeno número. Pouco barulhentos. A maioria da torcida foi de russos e turistas de outras nacionalidades, inclusive brasileiros, ouvidos durante a partida com os cantos que agitaram a Copa.
É da França!
O gol que faltou antes do intervalo veio logo no início do segundo tempo. Em uma jogada que é marca desta Copa do Mundo: bola parada. Griezmann bateu com perfeição o escanteio que Samuel Umtiti, um monstro no jogo, cabeceou para a rede. O francês, de 1,83m, engoliu Fellaini, que mede 1,94m. A morna torcida francesa se animou e o estádio inteiro, logo depois, aplaudiu de pé Mbappé com brilhante passe de calcanhar na área para Giroud. Ele perdeu...
Hora de mudar
Martinez tirou Dembele e lançou Mertens após gol. Uma bola cruzada pelo atacante que entrou quase termina em redenção de Fellaini. Em cima de Pogba, de 1,91m, o belga testou para fora. Não achou o gol por muito pouco. Mas a talentosa França não deu brechas, contra-atacou bem e venceu.
FICHA TÉCNICA
FRANÇA 1 X 0 BÉLGICA
Local: Arena de São Petersburgo, em São Petersburgo (RUS)
Árbitro: Andrés Cunha (URU)
Assistentes: Nicolas Taran e Maurício Espinosa (URU)
Cartões amarelos: Kanté e Mbappé (FRA); Eden Hazard, Alderweireld e Vertonghen (BEL)
Cartões vermelhos: -
Público: 64.286 pessoas
Gol: Umtiti, aos 6'/2ºT (1-0);
FRANÇA: Lloris, Pavard, Varane, Umtiti e Hernandez; Kanté, Matuidi (Tolisso, aos 40'/2ºT) e Pogba; Griezmann, Mbappé e Giroud (N'Zonzi, aos 39'/2ºT). Técnico: Didier Deschamps.
BÉLGICA: Courtois; Chadli (Batshuayi, aos 45'/2ºT), Alderweireld, Kompany e Vertonghen; Dembele (Mertens, aos 14'/2ºT), Fellaini (Carrasco, aos 34'/2ºT) e Witsel; Kevin de Bruyne, Eden Hazard e Lukaku. Técnico: Roberto Martínez.