O Corinthians abriu as contas da Arena de Itaquera para o Conselho Deliberativo do clube, em reunião extraordinária realizada na noite desta segunda-feira, no Parque São Jorge. No entanto, a expectativa de anúncio da venda dos naming rights do estádio que existia por parte de alguns conselheiros foi frustrada. O tema foi abordado superficialmente e em tom otimista, mas sem expectativa para o negócio ser concretizado.
Alguns números do faturamento da Arena e projeções de recebimento até o fim da temporada foram divulgados aos conselheiros. O LANCE! apurou que o clube estima R$ 70 milhões de bilheteria até dezembro, R$ 20 milhões com naming rights e R$ 37,6 milhões com "novos negócios", que engloba a venda de cadeiras, camarotes, a realização de eventos, entre outras explorações comerciais do espaço. Com isso, o Corinthians conseguiria arcar com os pagamentos ao BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), que financiou a construção do estádio. O quadro atual gera preocupação na cúpula alvinegra, que vê a necessidade de rápido aumento de arrecadação.
Neste último item, vale ressaltar que o Timão pretende aumentar substancialmente o número de camarotes vendidos. Atualmente 12 unidades foram comercializadas. A meta é chegar a 47 até o fim do ano, "turbinando" as receitas de R$ 3,8 milhões para R$ 12 mi com este espaço. Para isso, os preços atuais serão reduzidos.
Andrés Sanchez, ex-presidente do Timão e responsável pelo estádio, discursou durante o encontro, mas saiu pelos fundos sem falar com a imprensa. O atual presidente Roberto de Andrade também não apareceu para falar com os jornalistas. Já o vice Jorge Kalil e o diretor adjunto de futebol Eduardo Ferreira não quiseram conceder entrevistas.
Um outro ponto discutido durante a reunião, segundo conselheiros ouvidos pelo LANCE!, foi a diminuição do valor dos camarotes da Arena. Os valores, porém, ainda não foram revelados.
Ainda de acordo com alguns conselheiros, representantes da Odebrecht explicaram o motivo da queda de uma parte do teto da Arena Corinthians no fim de fevereiro. O problema foi resolvido rapidamente, e o Timão conseguiu mandar seus jogos no estádio de Itaquera.
Os conselheiros se reuniram sob protestos da Gaviões da Fiel, principal organizada do clube. Do lado de fora da sala, cerca de 60 integrantes da torcida uniformizada fizeram diversas cobranças com gritos e faixas penduradas.
*Colaborou Rodrigo Vessoni