Corinthians aceita pressão, não cria e se afasta de sua identidade campeã

Osmar Loss elogiou o segundo tempo da equipe contra o Flamengo, mas não houve sequer uma chance clara de gol. Meio de campo foi ponto baixo no Maracanã

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Apesar dos elogios feitos pelo técnico Osmar Loss, o Corinthians não atuou bem na derrota por 1 a 0 para o Flamengo, no Maracanã. O time não criou praticamente nada, deixou-se dominar e viu o adversário ganhar o jogo no setor que costuma ser um de seus pontos mais altos, o meio de campo.

Loss enxergou uma imposição de sua equipe, sobretudo no segundo tempo, mas o torcedor menos atento nem deve se lembrar da cor do uniforme do goleiro do Flamengo, que não foi incomodado.

Na verdade, o segundo tempo corintiano foi pior do que o primeiro, que pelo menos teve 15 minutos de bom futebol depois que Roger entrou no lugar do machucado Jadson. Não que o meia estivesse atrapalhando a equipe - a única oportunidade havia sido dele, no chute de fora da área que o fez sentir a lesão - e nem que o centroavante tenha entrado voado. O time cresceu porque Rodriguinho parou de se enfiar entre os zagueiros e recuou para colaborar com a criação, mas o Fla se restabeleceu logo.

O Corinthians deu a bola ao adversário, como fez muitas vezes durante os momentos vitoriosos da "era Carille", mas passou longe daquilo que se tornou a sua marca registrada: marcação bem encaixada no meio de campo e capacidade grande de aproveitar os espaços deixados pelo ímpeto ofensivo do rival. 

Gabriel e Maycon passaram o jogo todo tentando achar Diego, sem sucesso. O meia rubro-negro se aproximava da área com notável facilidade, e o placar só não foi aberto mais cedo porque Henrique e Balbuena fizeram partida de alto nível. O gol de Felipe Vizeu, aos 34 minutos da etapa final, saiu em um lance em que Balbuena abandonou a área para tentar brecar Diego e não conseguiu.

Mais preocupante do que os números ruins do início da "era Loss" (três derrotas e só uma vitória) é o distanciamento da identidade campeã dos últimos anos. O Timão precisa voltar aos trilhos já na quarta-feira, às 21h, no clássico em casa contra o Santos, para evitar uma pressão precoce sobre seu novo treinador.

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