Análise: Assim como no Dérbi, Mancini no Corinthians não foi bem quando mais precisou
Quando o Timão, sob o comando do agora ex-treinador, precisou se provar, não conseguiu
A derrota do Corinthians por 2 a 0 para o Palmeiras neste domingo (16), pela semifinal do Campeonato Paulista, na Neo Química Arena, culminou na eliminação corintiana do Estadual e também na demissão do técnico Vagner Mancini do comando corintiano.
E o último jogo do Alvinegro sob o comando de Mancini diz muito sobre a relação entre clube e treinador.
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Diante do Verdão, o Corinthians entrou em campo no esquema 3-4-2-1, com uma saída de bola com três zagueiros, os laterais atuando como alas, dois volantes mais próximo da faixa central do que da primeira linha defensiva, dois meias perto da área e um centroavante de referência. Quando a posse era do time adversário, os alas auxiliavam o trio de zaga e a primeira linha passava a ter cinco jogadores. Esse esquema foi adotado por Mancini nos últimos quatro jogos e a equipe corintiana vinha mostrando evolução, principalmente através de atletas mais jovens que ganharam no “tapete verde” a posição de jogadores mais experientes, casos como os dos zagueiros João Victor e Raul, o lateral-esquerdo Lucas Piton e o atacante Cauê.
Contudo, contra o Palmeiras o Timão também escancarou algumas deficiências técnicas, como constantes erros de passes, na saída de bola e no meio-campo, dificuldade dos zagueiros fazerem a cobertura, frente a algumas situações nas quais tiveram que conter o rápido ataque palmeirense, e problemas em quebrar a última linha defensiva adversária e entrar na área.
Além dos erros técnicos, o revés no Dérbi também expôs decisões equivocadas que eram tomadas de forma recorrente por Mancini, a principal delas a insistência por Otero. Por mais que o venezuelano tenha uma grande boa vontade, ele não tem contribuído com o time, a não ser nos chutes de média e longa distância, que é a única arma do atleta para furar o bloqueio adversário.
Enquanto isso, Gustavo Mosquito ficou fora do time titular em mais um jogo importante do Corinthians nesta temporada, na semifinal do Paulistão, e quando entrou, após o intervalo da partida, mostrou que não pode ficar de fora. O camisa 19 foi o único corintiano que esboçou capacidade de quebrar a última linha palmeirense, com boa movimentação pelos extremos do campo e habilidade para alguns lances individuais, de puro improviso, sendo o responsável por criar a chance mais clara do Alvinegro, ao trazer da ponta direita para o meio e ser derrubado por Danilo dentro da área – porém, o meia Luan desperdiçou a cobrança de pênalti, quando o Corinthians já perdia por 2 a 0.
Assim como o desempenho corintiano no Dérbi, o trabalho de Vagner Mancini não foi de todo ruim, só não bom o suficiente para dar a competitividade a um time do tamanho do Corinthians. No clássico contra o Palmeiras, o Timão se postou bem taticamente, mas não foi impecável, teve falhas técnicas e, ao encarar um adversário superior, não conseguiu fazer frente. Foi assim a trajetória de Mancini frente ao Alvinegro, onde foi impecável nos objetivos menores, como brigar contra o rebaixamento no Brasileirão do ano passado e se classificar com louvor na primeira fase do Paulistão desta temporada, mas ficou aquém quando o crivo aumentou e precisou dar uma resposta positiva, por exemplo, para uma classificação à pré-Libertadores, via campeonato nacional, ou ter se classificado na primeira fase da Copa Sul-Americana.