No futebol, há um velho ditado que serve de mantra e aprendizado para muitos profissionais: Em time que se ganha não se mexe. O técnico Fernando Lázaro abusou das mudanças na derrota por 2 a 0 sobre o Remo, e o Corinthians corre sérios riscos de ser eliminado na terceira fase da Copa do Brasil.
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O Timão veio de uma imponente vitória sobre o Liverpool-URU na Libertadores e no começo de uma sequência importante de jogos, sem desgaste físico. Não havia necessidade de iniciar com Fagner, Roni, Fausto Vera e Róger Guedes no banco de reservas e mudar a dinâmica da equipe.
Ao invés de manter o esquema que vinha dando certo, Lázaro resolveu jogar no 4-4-2 clássico, com Pedro e Adson abertos nos lados, colocando Maycon de primeiro volante e Paulinho como uma espécie de atacante.
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Os pontas, além de Róger Guedes no segundo tempo, foram os únicos pontos positivos de uma equipe totalmente apagada e sem inspiração no ataque. Já os meias citados puxaram a fila de um meio-campo passivo e lento, sem pegada para conter os contra-ataques do Remo.
Os problemas mostrados no Mangueirão evidenciaram algo que o torcedor corintiano está cansado de saber: sem Renato Augusto, o time sofre demais para ameaçar o adversário e fica praticamente sem jogadas ofensivas. E mais uma vez Lázaro não conseguiu achar alguém dentro do elenco capaz de exercer minimamente a função do camisa 8.
Porém, o principal problema na vexatória derrota foi a postura defensiva. O Corinthians sofreu do começo ao fim nas transições e por pouco não perdeu por três gols de diferença. Os veteranos Fábio Santos, Fagner e Gil não tiveram sintonia, e Bruno Méndez muitas vezes se mostrou perdido.
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A atuação contra o Remo liga um alerta no clube, que pode ver nova crise ser instaurada pouco depois da eliminação no Paulistão, além das complicações financeiras e esportivas que uma queda precoce pode trazer.
O Corinthians, como já mostrou no ano passado, pode inverter o placar principalmente porque joga a partida decisiva em casa, com o apoio da Fiel, mas o resultado positivo era fundamental para a sequência da equipe, que pega o Palmeiras três dias depois do jogo de volta contra o Leão.