Após semanas ‘cheias’ para treinar, Corinthians segue sem melhorar

Timão de Dyego Coelho teve duas semanas completas para treinar antes dos últimos dois jogos pelo Brasileiro, porém o resultado desse período não pôde ser visto dentro de campo

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Não está fácil de o Corinthians superar esta má fase pela qual está passando. O mais novo capítulo dessa situação foi o empate em 0 a 0 com o Atlético-GO, dentro de casa. E apesar de o resultado ter parecido ruim, o ponto conquistado precisa ser valorizado, já que pelo que mostrou em campo, o Timão mereceria sair de campo derrotado pelo adversário, que dominou quase toda a partida. Tudo isso após duas semanas completas para treinamentos antes dos duelos.


Em meio a esse calendário apertado e a maratona que a pandemia de coronavírus impôs a essa temporada, ter uma folga de uma semana entre os jogos é um oásis, privilégio de poucos times entre os grandes da Série A. Entre eles está o Corinthians, que teve essa oportunidade antes de enfrentar o Sport e o Atlético-GO, justamente em um momento que o interino Dyego Coelho precisava de tempo para modificar alguns pontos no time titular.

No entanto, parece que o Timão não aproveitou esse privilégio e quando falamos de Timão, estão inseridas as participações do elenco e da comissão técnica, que pouco resultado mostraram nos últimos dois jogos. Aliás, em alguns pontos parece até que o time sofreu um retrocesso em relação ao duelo com o Bahia, que havia fornecido um pouco de esperança ao torcedor.

O que se viu em campo diante do Atlético-GO foi uma equipe com enorme dificuldade para construir jogadas ofensivas e com um pouco menos de dificuldade para se sustentar defensivamente. Chegou a impressionar a facilidade com que os goianos tiveram espaço para trabalhar a bola no campo de ataque. Sorte do Corinthians que os atacantes adversários não estavam inspirados e acabaram parando no travessão, em Cássio e em Danilo Avelar.

Aparentemente, o único recurso era tentar jogar a bola para Jô fazer o pivô e segurar a posse no campo ofensivo, porque nem mesmo conseguir uma falta para Otero bater foi possível. O venezuelano, inclusive, participou muito pouco da dinâmica da partida. Isso é muito pouco para um time jogando em casa. Há a necessidade de ponderar a falta que o suspenso Fagner fez, especialmente na construção do jogo, pois Michel Macedo não tem o mesmo potencial.

No meio-campo, Roni e Cantillo têm características mais ofensivas do que de marcação e ficou nítido a falta de "pegada" no meio-campo. Chico, o melhor da partida, fez o que quis no setor para ditar o ataque do Dragão. A entrada de Ramiro no lugar de Roni, amarelado, reforçou essa deficiência e a atuação alvinegra melhorou, embora o adversário continuasse superior no geral.

Para ser justo, a segunda etapa do Timão teve evolução em relação ao primeiro tempo. Em duas jogadas: uma de aproximação e chegada na lateral, e outra de contra-ataque bem tramado, foi possível deixar Jô e Otero em condições claras de gol, porém foram impedidos por defesas do goleiro Jean. No entanto, volto a dizer, é muito pouco para uma equipe que teve tanto tempo para treinar.

- As mudanças que a gente procurou fazer a gente faz e vai continuar fazendo nos treinos, principalmente quando tem essa semana aberta, ela requer tempo, não é do dia para a noite que a gente vai conseguir implantar uma nova situação. A semana foi realmente boa, os jogadores com comportamento diferente, estão lutando, brigando, fazendo o que foi programado para eles, estão fazendo da melhor maneira e com profissionalismo muito grande e a gente vai continuar, a gente não vai parar, não vai deixar resultado abalar. Estamos fechados e a gente vai trabalhar cada vez mais para conseguir os três pontos - disse Coelho em entrevista coletiva após o empate com o Atlético-GO.

O resultado pode não abalar, pois o ponto conquistado foi um lucro, mas o desempenho precisa ser analisado com bastante cuidado. Se com Tiago Nunes a qualidade do trabalho parecia em queda livre em seus últimos jogos, com Dyego Coelho, do jeito que o trabalho está caminhando, tem sido possível enxergar espaço para piora. A indefinição sobre a manutenção do interino ou a contratação de um novo nome pode custar caro lá na frente. O tempo voa.

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