Saiba os caminhos para Augusto Melo frear impeachment no Corinthians

Presidente do Timão precisa se desdobrar para evitar afastamento

imagem cameraAugusto Melo enfrenta processo de impeachment no Corinthians (Foto: José Manoel Idalgo / Agência Corinthians)
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Ulisses Lopresti
São Paulo (SP)
Dia 27/11/2024
06:45
Atualizado há 2 minutos
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A votação para o impeachment de Augusto Melo será realizada nesta quinta-feira (28), no Parque São Jorge. O Conselho Deliberativo convocou o evento, que pode causar o afastamento do presidente do Corinthians em caso de aprovação em maioria simples dos conselheiros.

➡️ Ex-presidentes do Corinthians não votaram em reunião que recomendou impeachment

Na segunda-feira (25), o Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) classificou a gestão de Augusto Melo como temerária e recomendou o impeachment do dirigente. O órgão é formado por ex-presidentes, membros vitalícios e conselheiros eleitos na última eleição, realizada no final do ano passado.

A recomendação levou em consideração possíveis irregularidades durante a parceria do Corinthians com a ex-patrocinadora "Vai de Bet". O órgão reprovou as contas do segundo trimestre da gestão de Augusto Melo. Os membros do CORI ainda argumentam que documentos importantes não foram apresentados, além de terem identificado informações inconsistentes.

A votação foi unânime, 13 a 0 a favor da destituição do presidente. Apesar do documento não interferir diretamente no resultado da votação de quinta-feira, o fato de ex-apoiadores se mostrarem contra a gestão pode preocupar Augusto Melo.

Reaproximação do CORI

Entre os votantes estavam oito membros trienais, ou seja, que estarão no CORI durante a gestão de Augusto Melo, até o final de 2026. Nas eleições, seis deles foram eleitos juntos à campanha do atual presidente: Caetano Blandini, Celso de Oliveira Sobrinho, Fabio Soares Souza, Fausto Di Toti Garcia, Felipe Ezabella e Paulo Roberto Bastos. Todos os citados votaram a favor do impeachment.

Mais do que nunca, Augusto Melo precisa reforçar as alianças com antigos apoiadores para não arriscar perder o cargo de presidente do Corinthians

Força de Augusto Melo no Conselho

Augusto Melo sobrou nas eleições de 2023. Foi eleito com 66,2% dos votos contra 33,8% de seu adversário, André Luiz Oliveira. Sua popularidade também ajudou a eleger diversos conselheiros.

Com 200 vagas diretas nas eleições, quatro chapas que apoiavam Augusto Melo foram eleitas contra outras quatro partidárias da chapa Renovação e Transparência, que comandou o Corinthians por 16 anos, entre 2007 e 2023.

Com esse equilíbrio, Augusto Melo poderia contar com a força dos apoiadores para frear a votação do impeachment. Entretanto, o presidente ainda precisa convencer a maioria entre os 104 conselheiros vitalícios do clube.

Pressão pública

Se dentro do clube, Augusto Melo precisa conquistar o apoio dos conselheiros, fora dele possui um pouco mais de tranquilidade. Com a equipe em boa fase no Brasileirão, o torcedor respira aliviado com a fuga do rebaixamento e aspira uma vaga para a próxima Libertadores através do Brasileirão.

O Corinthians venceu seus últimos seis jogos na competição e ocupa a nona colocação na tabela. O torcedor, enfim, se vê longe de uma crise, e a batalha política dentro do clube começa a afetar o humor da Fiel.

Os atletas também se posicionaram a favor de Augusto Melo nas redes sociais. No sábado (23), publicaram uma nota conjunta nas redes sociais reiterando o apoio ao atual presidente. Após a vitória por 3 a 1 contra o Vasco, no domingo (24), na Neo Química Arena, Emiliano Díaz, Gustavo Henrique e Rodrigo voltaram a defender o atual mandatário.

O posicionamento da torcida e dos jogadores pode contribuir para um adiamento da votação ou até mesmo a reprovação da proposta de afastamento.

August Melo enfrenta processo de impeachment no Corinthians (Foto: Fabio Giannelli/AGIF)

O processo de impeachment

Nesta quinta-feira (28), o Conselho Deliberativo do Corinthians votará o afastamento de Augusto Melo. Caso uma maioria simples entre os 302 conselheiros decida pelo impeachment, o dirigente será exonerado de forma imediata. O órgão, então, terá até cinco dias para convocar uma assembleia-geral, quando os sócios aprovarão ou não a decisão.

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Com a saída de Augusto Melo, o cargo ficaria interinamente ocupado por Osmar Stábile, vice-presidente do Corinthians. Diretores assumem internamente que vão deixar o cargo caso o impeachment se concretize.

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