A votação para o impeachment de Augusto Melo será realizada nesta quinta-feira (28), no Parque São Jorge. O Conselho Deliberativo convocou o evento, que pode causar o afastamento do presidente do Corinthians em caso de aprovação em maioria simples dos conselheiros.
➡️ Ex-presidentes do Corinthians não votaram em reunião que recomendou impeachment
Na segunda-feira (25), o Conselho de Orientação do Corinthians (CORI) classificou a gestão de Augusto Melo como temerária e recomendou o impeachment do dirigente. O órgão é formado por ex-presidentes, membros vitalícios e conselheiros eleitos na última eleição, realizada no final do ano passado.
A recomendação levou em consideração possíveis irregularidades durante a parceria do Corinthians com a ex-patrocinadora "Vai de Bet". O órgão reprovou as contas do segundo trimestre da gestão de Augusto Melo. Os membros do CORI ainda argumentam que documentos importantes não foram apresentados, além de terem identificado informações inconsistentes.
A votação foi unânime, 13 a 0 a favor da destituição do presidente. Apesar do documento não interferir diretamente no resultado da votação de quinta-feira, o fato de ex-apoiadores se mostrarem contra a gestão pode preocupar Augusto Melo.
Reaproximação do CORI
Entre os votantes estavam oito membros trienais, ou seja, que estarão no CORI durante a gestão de Augusto Melo, até o final de 2026. Nas eleições, seis deles foram eleitos juntos à campanha do atual presidente: Caetano Blandini, Celso de Oliveira Sobrinho, Fabio Soares Souza, Fausto Di Toti Garcia, Felipe Ezabella e Paulo Roberto Bastos. Todos os citados votaram a favor do impeachment.
Mais do que nunca, Augusto Melo precisa reforçar as alianças com antigos apoiadores para não arriscar perder o cargo de presidente do Corinthians
Força de Augusto Melo no Conselho
Augusto Melo sobrou nas eleições de 2023. Foi eleito com 66,2% dos votos contra 33,8% de seu adversário, André Luiz Oliveira. Sua popularidade também ajudou a eleger diversos conselheiros.
Com 200 vagas diretas nas eleições, quatro chapas que apoiavam Augusto Melo foram eleitas contra outras quatro partidárias da chapa Renovação e Transparência, que comandou o Corinthians por 16 anos, entre 2007 e 2023.
Com esse equilíbrio, Augusto Melo poderia contar com a força dos apoiadores para frear a votação do impeachment. Entretanto, o presidente ainda precisa convencer a maioria entre os 104 conselheiros vitalícios do clube.
Pressão pública
Se dentro do clube, Augusto Melo precisa conquistar o apoio dos conselheiros, fora dele possui um pouco mais de tranquilidade. Com a equipe em boa fase no Brasileirão, o torcedor respira aliviado com a fuga do rebaixamento e aspira uma vaga para a próxima Libertadores através do Brasileirão.
O Corinthians venceu seus últimos seis jogos na competição e ocupa a nona colocação na tabela. O torcedor, enfim, se vê longe de uma crise, e a batalha política dentro do clube começa a afetar o humor da Fiel.
Os atletas também se posicionaram a favor de Augusto Melo nas redes sociais. No sábado (23), publicaram uma nota conjunta nas redes sociais reiterando o apoio ao atual presidente. Após a vitória por 3 a 1 contra o Vasco, no domingo (24), na Neo Química Arena, Emiliano Díaz, Gustavo Henrique e Rodrigo voltaram a defender o atual mandatário.
O posicionamento da torcida e dos jogadores pode contribuir para um adiamento da votação ou até mesmo a reprovação da proposta de afastamento.
O processo de impeachment
Nesta quinta-feira (28), o Conselho Deliberativo do Corinthians votará o afastamento de Augusto Melo. Caso uma maioria simples entre os 302 conselheiros decida pelo impeachment, o dirigente será exonerado de forma imediata. O órgão, então, terá até cinco dias para convocar uma assembleia-geral, quando os sócios aprovarão ou não a decisão.
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Com a saída de Augusto Melo, o cargo ficaria interinamente ocupado por Osmar Stábile, vice-presidente do Corinthians. Diretores assumem internamente que vão deixar o cargo caso o impeachment se concretize.