Atacante brasileiro que jogou no novo time de Carille critica clube saudita

Filho de Cláudio Adão, Felipe Adão comenta sobre cenário que encontrou no Al-Wehda, que acabou de contratar o ex-treinador corintiano. Atraso de salário e problema com a esposa

imagem cameraFelipe Adão na Arábia (Foto: Divulgação)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 23/05/2018
15:35
Atualizado em 23/05/2018
16:12
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Como um dos argumentos para sua saída do Corinthians para o Al-Wehda, da Arábia Saudita, o técnico Fábio Carille apontou um grandioso projeto oferecido pelos sauditas. Segundo o treinador, a ideia é transformar a liga local em uma potência nos próximos três anos. Para isso, no entanto, seu clube terá de melhorar muito em questão de estrutura. Pelo menos na visão de quem passou por lá recente,ente, como o atacante Felipe Adão. Ele fez duas críticas ao novo clube de Carille. 

Filho do famoso ex-atacante Cláudio Adão, Felipe passou pelo Al-Wehda em 2016 e teve uma experiência considerada nada boa. Encontrou uma estrutura bem modesta e ficou sem receber salário.

- Meu contrato acabaria agora no final de junho, dia 16. Só que o que aconteceu, quando fui contratado, eles me pagaram certinho na primeira etapa as luvas e ficaram me devendo cinco meses de salário. Em dezembro de 2016, minha mulher estava grávida, não aguentei mais ficar e rescindi o contrato. Eu coloquei na Justiça, inclusive eu acabei de ganhar o processo, acabaram de me pagar o contrato todo. Então resumindo foi isso, de dois anos eu joguei metade da temporada e tive que ficar aguardando esse processo do contrato - afirmou Felipe, em entrevista à ESPN.

De acordo com o atacante, Carille encontrará uma realidade bem diferente da que vivia no Corinthians em termos de estrutura física. 

- Tem CT para treinar. Tem um estádio próprio que é bem grande e bonito, inclusive, só que, em questão de estrutura, quando eu estava lá, não estava legal. Mas, quando estava lá, era primeira divisão, quando saí, no final da temporada, o time caiu para a segunda. Eles subiram de novo agora. Quando o clube sobe, o governo ajuda muito, parece que mudaram as coisas lá, eu não estou tão por dentro, mas na minha época era mais ou menos isso - afirmou o jogador. 

De fato, segundo Carille, a promessa que ouviu é de que o governo local colocará muita força no desenvolvimento da liga e dos clubes. O Al-Wehda acabou de voltar à primeira divisão e não é campeão nacional desde a década de 1960, porém tem uma torcida grande e apaixonada, segundo Adão. 

O jogador brasileiro também teve problema extracampo com a família. A esposa dele ficou grávida e com muita dificuldade para viver no país.

- Só que pela cultura do país ser bem diferente da nossa, em questão de família, esposa, é muito difícil para a mulher viver lá, porque a mulher não tem direito a nada, agora acho que liberou para dirigir. Não é que nem os Emirados Árabes, que são mais abertos. Abu Dhabi e Dubai são bem mais abertos que lá - declarou.

Fábio Carille assinou um contrato de dois anos com o clube da Arábia Saudita e estima-se que ganhará cinco vezes mais do que no Corinthians. Em sua entrevista de despedida nesta quarta-feira, porém, o treinador disse que já havia recusado ofertas com valores maiores, da China, e que pesou mesmo o projeto dos sauditas. 

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