A partir de 2016, o Corinthians adotará um novo e ousado modelo de patrocínio em seu uniforme. Clube e empresas parceiras estarão mais próximos e em sintonia, trabalhando juntos para que o sucesso de um gere maior arrecadação para o outro.
Além de uma remuneração fixa, o Timão terá ainda uma participação nos lucros dos seus anunciantes. Isso pode ocorrer de duas formas: o clube ganhando um pequeno percentual de todo o faturamento do parceiro no período ou recebendo bônus caso o patrocinador atinja algumas metas – de vendas, lucro ou fatia de mercado, por exemplo.
Com exceção do patrocínio master, as outras propriedades do uniforme do Timão (meião, calção, ombro, manga e número) devem se enquadrar neste modelo de negócio.
– Isso irá gerar um maior envolvimento e proximidade do clube e utilização de toda a plataforma de contato e engajamento junto aos torcedores. É importante ressaltar que todos os contratos de patrocínio são de médio e longo prazo – afirmou Gustavo Herbetta, superintendente de marketing corintiano, ao LANCE!.
– Queremos alavancar as receitas de patrocínio em 20% no primeiro ano, e em 30% até 2017 – completou.
Até o momento, o clube já garantiu dois patrocínios para 2016: a Klar, que estará nas mangas da camisa, e a Special Dog, que seguirá no calção.
Contudo, as marcas podem “rodar” na camisa alvinegra. A fim de turbinar as vendas de um patrocinador – e consequentemente ganhar mais com isso – o Corinthians pode dar mais destaque a alguma empresa em determinados momentos. Herbetta, porém, explica que isso só ocorrerá em casos extremos. A prioridade será valorizar o parceiro de outras formas, como em ações com jogadores ou em dias de jogos.
– A principio não haverá rodízio. O que pode haver é algum tipo de inversão pontual de marcas de acordo com o resultado que cada uma estiver obtendo e não necessariamente no uniforme de jogo. Usaremos todo o mix de visibilidade e pontos de contato e ativação com os torcedores para isso – contou o superintendente.
A diretoria alvinegra pretendia anunciar um novo patrocinador como “presente de Natal” à Fiel, mas por razões burocráticas não foi possível. O marketing do clube trabalha agora para sacramentar o acordo (já encaminhado) na próxima semana.
Tire dúvidas:
E nas lojas?: O torcedor corintiano não terá que se preocupar em ter uma camisa “desatualizada” por conta do rodízio de patrocínios. Isso porque o Timão seguirá vendendo as peças sem os anunciantes ou apenas com o master.
Patrocínio master: O principal patrocinador não participará de um eventual rodízio. O clube tem contrato com a Caixa (R$ 30 milhões) até o fim de fevereiro e discute a renovação. Há outras negociações.
Leva prejuízo?: Caso as empresas parceiras não atinjam metas ou tenham prejuízo, o Timão não terá de pagar nenhuma indenização. No entanto, terá ganhos menores que o esperado.
Rodízio: A troca de espaços entre os patrocinadores não pode ocorrer de forma ilimitada. Há um máximo de alterações na camisa alvinegra previstas em contrato com as marcas.
Confira a entrevista com Gustavo Herbetta, superintendente de futebol do Corinthians:
O clube terá participação no faturamento dos patrocinadores?
Não serão todos, mas também não será apenas a Klar. Caso os patrocinadores que trabalharmos nesse modelo atinjam as metas, seremos bonificados.
Quais os principais direitos e deveres do clube e das empresas parceiras neste novo modelo?
Os mesmos direitos e deveres da relação entre patrocinador e clube, porém com uma proximidade e envolvimento muito maiores porque o resultado de um depende diretamente do outro. Se os dois trabalharem juntos e próximos em suas estratégias de comunicação, a tendência é de que ambos atinjam as metas.
Algum clube, agremiação ou qualquer outra entidade serviu de modelo para o Corinthians?
Alguns clubes já fizeram isso de forma pontual, no próprio Corinthians já houve iniciativas nesse sentido. O que fizemos foi estruturar o modelo e complementar de forma que tudo funcione para que isso ocorra verdadeiramente. Que toda a estrutura esteja preparada para essa entrega e que não seja apenas uma iniciativa esporádica e pontual.
Por que não fazer o rodízio também com o patrocinador master?
Ainda iremos experimentar o modelo com propriedades e anunciantes que não necessariamente irá propiciar um rodízio de marcas. O master, por ser a propriedade ainda mais valiosa do uniforme, tem um valor muito diferente dos outros, o que dificultaria chegar a uma equivalência com as outras propriedades. Pode acontecer posteriormente, em outro momento.
A relação entre clube e empresa patrocinadora será ampliada?
Será ampliada em todos os sentidos. Será uma relação muito mais próxima, estratégica e de parceria de negócio entre o clube e o patrocinador.