Quem perdeu quase duas horas de sua vida para assistir ao Majestoso da última quarta-feira, certamente se arrependeu amargamente. Foi um dos piores jogos do campeonato e teve um Corinthians bastante conservador, que viu sua principal arma neutralizada e não ficou insatisfeito com o modorrento empate em 0 a 0 com o São Paulo, que também saiu de campo feliz.
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A felicidade só não foi transmitida para os torcedores, que se estivessem no estádio se sentiriam vítimas de um estelionato, tamanha a falta de qualidade da partida. No entanto, diante da realidade das duas equipes, é preciso entender que o melhor dos mundos seria não sair de campo derrotadas.
Acontece que o Timão de Sylvinho não precisa fazer muito esforço para buscar uma atuação "para não perder", que é base do trabalho do treinador até aqui: se fechar na defesa, como é a característica do clube na última década, e tentar alguma coisa com Gustavo Mosquito, que realmente vem em boa fase, mas não faz milagres e, como todo ser humano, tem falhas e limitações.
Além disso, o atacante está suscetível a encontrar um sistema defensivo dedicado a parar a melhor arma do adversário, que foi o que fez o São Paulo. O zagueiro/lateral Léo fez uma marcação perfeita em Mosquito, que praticamente não criou e não jogou, ou seja, o Corinthians ficou sem alternativa ofensiva e chegou na frente com lampejos de Mateus Vital, Fagner, Vitinho e Fábio Santos.
Sem sua única alternativa, a opção foi se segurar na defesa de uma vez por todas e graças a boas atuações da linha de zaga e de Cássio, foi possível garantir o 0 a 0 e evitar as consequências de uma derrota e de uma quebra histórica de tabu. Neste momento de afirmação do trabalho de Sylvinho, o melhor mesmo é se preservar e não arriscar, não perder é lucro altíssimo.
Apesar de ser compreensível uma situação como essa em um clássico, isso pode pesar demais em um campeonato inteiro. Outros times podem entender como marcar Mosquito e, assim, "matar' a única jogada que o Corinthians dispõe neste momento. Dessa forma, é preciso trabalhar novas formas de atacar e de surpreender o adversário, jogar para não perder é muito pouco. E
Sabemos que é notória a limitação do elenco, principalmente nas peças de ataque, tanto é que a comissão técnica pediu o retorno de Marquinhos, que estava no Sport e sabemos também que a defesa é o ponto forte da equipe. A questão é que é preciso mais, pelo menos mostrar mais. Somente entrega e luta não vão sustentar a paciência do torcedor, que já mostra insatisfação.