Jair Ventura tem apenas um jogo no comando do Corinthians, mas o clássico contra o Palmeiras no último domingo já deu um bom panorama do que ele terá de resolver daqui para a frente. Diante do rival no Allianz Parque, o Timão repetiu erros que tem deixado a equipe em situação delicada na temporada.
O principal problema, admitido por Jair na entrevista após o jogo, foi quanto a criação de jogadores. Weverton, goleiro do Palmeiras, praticamente nem trabalhou. Ficou evidente a sobrecarga de Jadson na armação, no esquema 4-2-3-1. Esperança do clube e da torcida, o jovem Pedrinho, de 19 anos, foi nulo. Romero, idem. Roger nem finalizou. Como encontrar gols?
Vale lembrar que, para o duelo contra o Flamengo na próxima quarta-feira, primeiro jogo da semifinal da Copa do Brasil. Jair não terá Roger, que não pode atuar na competição por ter entrado em campo pelo Internacional. Ele acenou com a entrada de Romero como falso 9, já que Jonathas, que é centroavante, vinha se recuperando de lesão. Assim, abre-se uma vaga no ataque. Clayson joga, como entrou no clássico? Vai manter o esquema de pontas abertos? Tentará uma alternativa para ajudar Jadson?
Os problemas não param por aí. O técnico deve perder o lateral-direito Mantuan, que deixou o clássico sentindo dores musculares e será reavaliado nesta segunda. Ou seja, com Fagner lesionado, não tem jogador para a posição. Contra o Palmeiras, entrou o volante Gabriel. E tem mais.
O gol do Palmeiras evidenciou um problema recorrente: falta de concentração e personalidade. No caso, foi novamente com o garoto Léo Santos, zagueiro de 19 anos. Como já havia acontecido contra o Colo-Colo (CHI) na Libertadores na Arena, Léo perdeu a disputa por espaço, agora para Deyverson. Jair, por sua vez, vê o time com o emocional muito abalado e disse que trabalhará em cima disso. Não há tempo.
Após a estreia, o comandante tem pouco tempo para fazer os ajustes. Do treino desta segunda, na reapresentação, titulares não devem participar, fazer apenas a recuperação. Na terça, tem viagem para o Rio de Janeiro. Assim, o novo treinador precisará ter muita lábia e convicção para promover as mudanças que o time precisa para bater de frente com o Flamengo.