O atacante Jô se despediu do Corinthians na manhã desta sexta-feira. Negociado com o Nagoya Grampus (JAP), o centroavante foi ao CT Joaquim Grava cumprimentar os funcionários do clube ex-companheiros de time, e em seguida concedeu entrevista coletiva para falar da saída. Formado nas categorias de base do clube, o centroavante disse estar dando um "até breve" e agradeceu a todos que contribuíram para sua passagem vitoriosa em 2017.
- Para mim é sempre difícil falar em momentos desses. Lembro muito bem em 2016 quando vim nessa mesma sala, me apresentando e falando da minha caminhada, como seria. E em um ano, estou falando da minha saída. Mas com muita alegria, porque fiz um grande trabalho. Minha história no Corinthians não começou em 2016, começou lá atrás. Com várias pessoas que me ajudaram, vários presidentes. Andrés, Dualib, Roberto agora. Tenho de agradecer a todos, e a Deus por me dar essa oportunidade, e eu consegui dar a volta por cima. Agora é um até breve, porque sei que sempre será minha casa - afirmou o corintiano.
Jô deu entrevista ao lado do presidente Roberto de Andrade, que confirmou os valores de 11 milhões de euros (cerca de R$ 43 milhões) pela venda do atacante. Segundo Andrade, os representantes do Nagoya disseram tratar-se da maior compra da história do futebol japonês. E o jogador explicou os motivos que o levaram a aceitar a proposta.
- Japão é um país de primeiro mundo, todos conhecem. Tenho de pensar no meu filho que nasceu agora, agradou todas as partes. Então você não pode recusar, quando vem uma grande oferta de trabalho. Vou ficar triste, porque meu coração sempre estará no Corinthians. Mas futebol é assim - afirmou.
O centroavante terminou 2017 como principal artilheiro do Timão, com 25 gols, sendo o goleador máximo do Campeonato Brasileiro com 18 ao lado de Henrique Dourado, do Fluminense. Foi o primeiro na história do clube. Teve participação fundamental também no título paulista, após ser contratado sob desconfiança. Confira outros trechos da entrevista de despedida do centroavante, que disse ainda sonhar com a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
O que substituto precisa ter?
Não só pelo centroavante, mas por todo o jogador quando veste essa camisa, tem de ter o respeito. A grandeza que é o Corinthians. Tentar entender o mais rápido possível o que o torcedor gosta, tanto dentro quanto fora do campo. E se dedicar, correr. Às vezes, você pode não estar no seu melhor dia, mas nos anos que estiver no Corinthians, se você der a vida, a torcida vai te abraçar. É isso que ele tem de ter, porque estrutura, respaldo, vai ter.
Seleção Brasileira e Copa
Seleção, sempre está nos planos, mas o Tite já provou que olha para todos os lugares. Tem profissionais para isso. Então não era algo que iria mudar. Eu sempre deixava aberto porque futebol é dinâmico, muda muito de uma hora para a outra. E sobre Seleção vou continuar meu trabalho, sei que ele ainda está observando, e vou ter esperança até o final.
Dá para o Corinthians repetir ano de sucesso?
Claro que dá para repetir. Quando você trabalha, se dedica. Esse ano talvez tenha a pressão, que ano passado não teve. Mas o grupo se dedica, é um grupo maravilhoso, tenho contato com todos. Tenho certeza de que será mais um ano abençoado. Vou torcer muitos, porque é um grupo merecedor.
Pior e melhor momento
O momento de dificuldade que eu tive foi no começo do ano, logo após o primeiro pênalti perdido contra o Santo André. Conversei com minha esposa, muita gente xingou ela. Todo mundo triste, mas eu falei que não era para ficar assim, porque iria dar a volta por cima. E sempre tive respaldo. E depois foi só alegria. E o momento mais feliz foi quando os objetivos se concretizaram, os títulos, e a artilharia. Eu não tinha estipulado, mas novamente entrei para a história do clube. Assim você é lembrado.
Volta um dia?
Meu desejo vai ser sempre voltar para o clube. Isso nunca escondi. Sou corintiano mesmo, e tenho certeza de que deixei as portas abertas. E quando você deixa, a volta é sempre tranquila.