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Na despedida de Dyego Coelho, Corinthians mostra que próximo treinador terá muito trabalho

Em partida de extrema pobreza de ideias, Timão é derrotado com um jogador a mais e sai de campo levando gol em falha de saída de bola, que nunca foi bem executada em 2020


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O Corinthians foi derrotado pelo Ceará, por 2 a 1, no último domingo, fora de casa, mas ninguém pode dizer que o resultado é uma surpresa diante da má fase pela qual o clube passa, o que chama a atenção, na verdade, são as circunstâncias em que o time conseguiu perder essa partida, em que ficou mais de meia hora com um homem a mais em campo. Na despedida de Dyego Coelho, o Timão mostra que o próximo treinador terá muito trabalho.

Poderia ser até mais uma derrota como visitante em um campeonato equilibrado como o Brasileirão, mas foi um resultado que levou o Corinthians a terminar uma rodada pela primeira vez na zona de rebaixamento em 2020, região da tabela que a equipe já merecia estar há algum tempo, mas contou com bons empates e a "ajuda" de concorrentes, que também não vencem.

Mas a atuação diante do Ceará, no último domingo, passou dos limites. A pobreza de ideias e a limitação do elenco e de variações de jogadas ficou evidente, ainda mais quando Eduardo, lateral-direito do Ceará, foi expulso aos 16 minutos do segundo tempo. Foram 30 minutos com um homem a mais, mas a verdade é que o adversário parecia ter 11 ou até 12 jogadores, tamanha a dificuldade do Corinthians em criar oportunidades de gol nesse período.

Para se ter uma ideia, o Timão acertou apenas um chute no gol durante todo o segundo tempo com Cazares, o que é inacreditável. Vale destacar a qualidade do sistema defensivo dos cearenses, que afastaram qualquer possibilidade de perigo, mas é fato que o time de Dyego Coelho mostrou total falta de capacidade de criar qualquer oportunidade clara de marcar um gol.

Vale lembrar que o tento de Léo Natel, anotado no primeiro tempo, só foi possível por conta de uma falha inacreditável de Fernando Prass, que quase não trabalhou na etapa final. A verdade é que o Corinthians teve mais posse de bola durante todo o jogo, mas foi um controle totalmente falso, porque quem sempre esteve mais perto de vencer foi o Vozão, com mais chances de gol.

Os problemas ofensivos foram enormes, como vêm sendo sempre, mas a derrota foi decretada por um erro crônico, no setor defensivo, mais especificamente na saída de bola, algo que desde a época de Tiago Nunes não apresenta a qualidade necessária para ser insistentemente utilizada. Cássio tentou sair jogando, mas não conseguiu se desvencilhar da pressão cearense, perdeu a bola e acabou cometendo pênalti que Fernando Sobral converteu.

Alguns defeitos, como já citado acima, não são exclusividade dessa passagem de Dyego Coelho, até mesmo porque há influência da montagem do elenco, que não é de responsabilidade dos treinadores. A situação financeira e os bastidores efervescentes do clube foram fatores determinantes para que o grupo tivesse limitações que resultam na situação atual da equipe no Brasileiro.

Vagner Mancini ou qualquer outro treinador que assumir, seja agora ou em outro momento, vai passar pelos mesmos problemas. Pode até causar um choque inicial pela mudança de comando, mas a médio e longo prazo os mesmos problemas irão aparecer e até podem piorar, dependendo dos desfalques que aparecerem pelo caminho. A situação não é boa e a briga do Corinthians no Brasileirão é, prioritariamente, para fugir do rebaixamento.

Ceará x Corinthians
Corinthians entrou no Z4 (Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians)

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