Diretor do Corinthians diz que clube monitora diariamente situação de Jô
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Duílio Monteiro Alves fala do interesse em repatriar o atacante, no entanto diz que não vai fazer loucuras ainda mais neste período de crise
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O principal alvo do Corinthians para reforçar o time de Tiago Nunes é Jô, no entanto a novela de sua contratação parece longe de ter um desfecho. No capítulo desta quarta-feira, o diretor de futebol do clube Duílio Monteiro Alves confirmou o interesse no atacante e admitiu que há um acompanhamento diário da situação, mas sossegou os ânimos dizendo que não haverá loucuras.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, o dirigente reforçou que o retorno do centroavante, atualmente no futebol japonês, é uma possibilidade, no entanto, para ele, o negócio só deve sair caso os valores se encaixem na realidade corintiana, caso contrário a transferência não será concretizada.
- Existe, sim, acompanhamento diário da situação dele (Jô). Ele começou aqui, fez muito sucesso aqui, teve excelente passagem em 2017. Se existir a chance dentro de valores compatíveis, sem fazer loucura, ele pode vir. Fora isso, não. Não dá para falar agora - contou Duílio ao GloboEsporte.com.
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Jô tem sua rescisão encaminhada com o Nagoya Grampus-JAP desde o último mês, mas ainda não houve oficialização do rompimento. Uma das condições para o Timão entrar no negócio é que o jogador primeiro se livre de seu atual clube e depois, sem vínculo, passe a negociar, uma vez que os dirigentes corintianos não pretendem gastar um centavo com os japoneses.
Muito dessa preocupação se dá pela crise financeira que o Corinthians tem passado desde o ano passado, quando fechou com déficit de R$ 177 milhões, com obrigações trabalhistas em atraso e com uma dívida acumulada de R$ 665 milhões. A pandemia de coronavírus, por sua vez, agravou a situação e assim a prioridade é enxugar os custos e não gastar a mais até voltar à normalidade.
- Nesse período, a gente vem trabalhando bastante, acertando o fluxo de caixa e monitorando o mercado. Então, a gente não sabe ainda. Estamos fazendo um trabalho grande para ver o que pode ser cortado, adequando receitas, mas a verdade é que não sabemos ainda qual o tamanho da queda de arrecadação. Se voltar em junho é diferente de voltar em julho. Fica difícil prever. Ainda não temos claras as despesas. Trabalhamos com cautela e não concretizamos nenhum negócio por conta disso. Precisamos de um cenário melhor do futuro para fazer novas dívidas - avaliou.
É nesse cenário apresentado por Duílio que entra a situação de Jô. Com tantas indefinições acerca do retorno do futebol, da disponibilidade de receitas e de como o clube vai lidar com tudo isso, viabilizar uma contratação que não deve ser das mais "baratas", poderia piorar ainda mais o contexto atual do Corinthians. A prioridade será pagar pendências mais urgentes.
- Coloco isso em relação ao Jô, porque, independentemente da entrada de dinheiro, não sabemos o quanto vai demorar tudo isso. A ideia é quitar as coisas mais urgentes, pendências com atletas, o financeiro tem trabalhado nesse sentido. Pela falta de previsão de retorno, é difícil. Temos que ter cuidado com o que vai ser feito. É preciso ter responsabilidade - concluiu.
Além do Timão, Jô e seus empresários também se interessariam por uma oportunidade no futebol do Oriente Médio, para estabelecer o que seria o último grande contrato da carreira do jogador. Sendo assim, é improvável que o Corinthians entre em leilão contra essa forte concorrência. A aposta é que o coração corintiano do atleta e o entendimento da situação falem mais alto.
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