Guilherme ainda não fez nenhum treinamento em campo nesta semana, em tratamento de dores no joelho direito. O meia é a principal dúvida do Corinthians para enfrentar o Palmeiras no próximo domingo. E não estamos falando de uma dúvida qualquer...
Titular do Timão na sequência de cinco vitórias que levou a equipe à liderança do Brasileirão, o camisa 10 é peça-chave da formação tática aplicada pelo técnico Tite nas últimas semanas. Um dos segredos deste esquema é justamente a liberdade de movimentação dada a Guilherme, que pode transformar o 4-2-3-1 em 4-1-4-1 ou até no já tradicional 4-4-2, dependendo apenas da postura do adversário e do momento do jogo. A facilidade de variação é uma proposta deste Corinthians.
– Hoje em dia não dá mais para ficar estático no campo, cumprir só aquilo, senão a marcação fica fácil. Mas quando você tem um leque de jogadores que podem fazer essa mudança, você qualifica o jogo e dá opções. Às vezes, como nos movimentamos muito, essa análise de fora, de quem está fazendo o que, é complicada. Eu, por exemplo, estou um pouco mais adiantado, mas eu não fico nessa zona de conforto, eu rodo, volto para buscar a bola... É uma forma estudada, treinada, e temos que explorar cada vez mais essa chamada indefinição – diz, ao LANCE!, o atual camisa 10 do Timão.
Nesta quinta-feira, o departamento médico do Corinthians declarou que Guilherme treinará com o restante dos companheiros em campo hoje e assim estará apto para o Dérbi. Cauteloso, Tite já testou o experiente Danilo na função – o camisa 20, porém, não será exigido na recomposição.
Mais do que uma peça pela outra, Tite tem na dúvida entre Guilherme e Danilo a incerteza da aplicação de uma proposta de jogo que tem dado certo, que é a variação tática pela mobilidade. Quem joga domingo?
BATE-BOLA com GUILHERME
MEIA DO CORINTHIANS, AO L!
Você se sente mais à vontade no novo esquema? O que mudou?
Teve um ajuste, mas nada de excepcional. O Tite já sabia desde o início que eu jogava nessa função, mas eu estava marcando demais e tendo pouca produção na frente, além do desgaste. Então houve um ajuste, hoje estou um pouco mais na frente, mas sem deixar de ajudar na marcação. Nessa função consigo desarmar também, ajudar a marcação e atacar bastante, então tenho sido produtivo, ajudado, e graças a Deus dá certo.
Você disse ao L! que só veneno dava resultado rápido, lá na época das críticas. Agora está dando?
Está dando resultado sim, né? Eu tenho muita certeza da minha qualidade, do meu posicionamento, ali eu consigo exercer o que realmente gosto, de definir jogadas, dar passes, fazer gols. Eu me sentia muito simples, tinha que tocar muito de lado, mas hoje consigo ser agudo: passe para frente, finalizações, então me sinto bem à vontade, mas não confortável. Quero crescer, treinar e lutar mais ainda para melhorar.
Variações táticas dão certo por conta do bom nível do elenco?
Isso é importantíssimo, ter aí 20 jogadores com qualidade de serem titulares. Nós que estamos hoje entre os 11 temos uma pressão constante do banco, de quem quer jogar e sabemos que qualquer deslize o companheiro entra e vira titular. Todos têm que entender.
Como manter a liderança do Brasileirão?
Chegar é difícil, mas permanecer é mais. Só depende da gente vencer e mostrar a cara desse Corinthians.
DANILO TERÁ FUNÇÃO BEM DIFERENTE SE FOR TITULAR
Durante o treino desta quinta-feira, Tite deixou claro que o camisa 20 desempenhará uma função bem diferente do número 10 caso seja escalado no domingo. Enquanto Guilherme tem plena liberdade de movimentação ofensiva, mas com obrigação de recompor marcando os volantes adversários, Danilo não tem esta missão defensiva. A ideia é que o veterano meia se transforme em um “falso 9” quando o Corinthians esta sem a bola, deslocando Luciano a auxiliar na recomposição – e por isso, também, a importância do atacante se manter no time titular, e não André voltar à formação principal, já que se movimenta menos que o outro.
No momento ofensivo, Danilo é centralizado e tem funções de armação, deslocamento e precisão de passes. No momento defensivo, Danilo se torna o único homem do ataque sem necessidade de marcar ninguém, e Luciano fica com a função. Basicamente, a mudança de postura é para evitar que o meia se desgaste além da conta na partida.