Um dos temas que permeou as entrevistas concedidas por técnico, auxiliar, jogadores e dirigentes do Corinthians após a vitória sobre o Vasco, na Neo Química Arena, foi o processo de impeachment contra o presidente Augusto Melo. O Conselho Deliberativo do clube deve votar o possível afastamento do presidente na próxima quinta-feira (28), às 18h (de Brasília), no Parque São Jorge.
Augusto Melo fala em nova ‘Democracia Corinthiana’ e critica opositores
No sábado (23), os jogadores do time se posicionaram contra o impeachment de Melo por meio das redes sociais. Neste domingo (24), voltaram a falar sobre o tema. Durante a entrevista coletiva de Ramón e Emiliano Díaz, foi o auxiliar que tomou a frente para responder sobre o tema.
- Vou falar sobre o que as pessoas estão sentindo aqui dentro, tanto com o presidente, com o Fabinho, com todos nós que estamos aqui dentro, porque nós também conversamos e ele nos apoiou. E sempre foi assim, não é só isso que temos que falar ao presidente como forma de agradecimento, porque, no primeiro dia em que chegamos, tanto ele quanto o Fabinho e todo o grupo, nos fizeram sentir em casa, mesmo nos momentos difíceis. E tanto o grupo quanto nós, a única coisa que precisamos fazer é apoiar nos momentos duros, porque falei na semana passada também que, quando o grupo está unido, as coisas acontecem. Hoje não sabemos muito sobre a situação, porque de política não entendo nada, mas a situação é que sabemos que ele é um trabalhador que trabalha muito pelo clube, ele que nos deu tudo o que precisávamos para sair dessa situação, para chegar a duas semifinais. Então, é uma gratidão que a gente tem com o presidente, tanto nós quanto com todo o staff e o grupo, pelo que ele é um de nós. Então, o mínimo que precisávamos fazer era agradecer e apoiar neste momento difícil, e a gente fez isso - afirmou Emiliano.
Durante a zona mista, Rodrigo Garro e Gustavo Henrique, os autores dos gols do Corinthians contra o Vasco, também defenderam Augusto Melo. O meia argentino chegou a ser questionado sobre de quem teria sido a ideia da publicação do comunicado, mas preferiu não responder. No entanto, nem ele, nem Gustavo deixaram de apoiar Melo.
- É difícil falar do que acontece dentro do clube, do que acontece dentro do vestiário. Creio que estaria rompendo um código do vestiário se te conto como surgiu o movimento, mas para encerrar essa questão de política que, particularmente, eu não gosto de falar, quando eu cheguei aqui o clube era um clube de série B, passava por um momento terrível, tinha jogadores que estavam há meses sem receber e hoje estamos todos recebendo em dia, as coisas estão sendo feitas, particularmente na minha opinião, muito bem. Então está sendo um momento bom. Eu aqui dentro sinto que o apoio também foi por isso porque sentimos que o clube está em um bom momento e não tem porque buscar culpados ou inimigos. Sinto que temos que unificar todos a imprensa, a torcida, nós, o presidente e fazer do Corinthians um lugar melhor - disse o meia argentino.
- O apoio partiu de nós jogadores, o presidente tem total nosso apoio porque tem cumprido, tem feito o que tem que fazer. A gente tem recebido em dia, então a gente é a favor dele - declarou o zagueiro.
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Após o jogo, o próprio presidente falou com os jornalistas sobre a atitude dos jogadores de defendê-lo e comparou a ação à "Democracia Corinthiana", movimento que aconteceu no clube na década de 1980 e defendia uma maior autonomia dos jogadores nas decisões do clube.
- Foi histórico, eu acabei de falar para eles na roda: "Vocês já entraram para a história do Corinthians". Eu nunca vi isso no futebol, é a segunda democracia, e uma democracia em um momento muito bom, o Corinthians precisa disso. Além disso, vimos o que eles estão fazendo dentro de campo - disse Augusto Melo.