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‘Emoção forte’: Jô relembra passado em ‘volta para casa’ no Corinthians

Atacante de 29 anos é apresentado pelo Corinthians onze anos após a primeira passagem, quando ainda era garoto. Ele admite 'desvios' na carreira, mas foca em reabilitação e 2017

Apresentação de Jô nesta quinta-feira
imagem camera(Foto: Mauro Horita/AGIF/Lancepress!)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 03/11/2016
13:37

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Mais de uma década após se tornar o jogador mais jovem a vestir a camisa e marcar um gol pelo time profissional do Corinthians, o atacante Jô voltou para "casa" nesta quinta-feira. Aos 29 anos, ele foi apresentado na sala de imprensa do CT Joaquim Grava como primeira contratação do clube para 2017. Contratado sem custos após rescindir com o Jiangsu Suning, da China, o jogador disse que o Timão seria sua primeira opção em caso de retorno ao futebol brasileiro e que "não pensou duas vezes" para topar o contrato de três anos assinado na tarde de quarta-feira.

- O Corinthians é minha casa, quando surgiu a possibilidade de voltar, independentemente de colocação ou que divisão estivesse, seria minha melhor escolha. Eu nasci aqui no clube, cheguei com 7 anos, tenho uma história no clube. Não era fácil estar entre grandes jogadores e com 16 anos estrear. Era um garoto, morava na periferia, soltava pipa e tive uma responsabilidade grande. Foi tudo rápido, depois fui para fora. Tive pessoas do meu lado que me ajudaram bastante, cometi erros como todos, mas tudo superado, estou de volta para minha casa, onde nasci e cresci. Espero dar o meu melhor - disse o novo reforço do Timão, que só estará à disposição de Oswaldo de Oliveira no próximo ano.

Fora de campo Jô também diz que mudou. Do jogador que chegou a ser afastado do Atlético-MG por indisciplina ao cristão convertido, que agradeceu a Deus em sua volta ao Corinthians e se disse focado em provar que realmente está mudado. 

- Quem me conheceu há muitos anos conhece meu caráter, minha índole. Às vezes no futebol você traça um caminho que não é correto. Aconteceu comigo e com muitos de dar uma deslumbrada. Encontrei Deus há dois anos, as coisas fora de campo se ajeitaram. Foram erros que reconheço, isso é importante. Superei, hoje sou a pessoa que eu era, só me desviei. Hoje sou feliz.

Jô defendeu o Corinthians profissionalmente entre 2003 e 2005, quando foi negociado com o CSKA (RUS). Na sequência ele defendeu Manchester City (ING), Everton (ING), Galatasaray (TUR), Internacional, Atlético-MG, Al Shabab (EAU) e Jiangsu (CHN), além de 27 jogos e a Copa do Mundo de 2014 pela Seleção Brasileira. Ele não atua desde julho, quando rescindiu com o clube chinês e já está treinando no CT Joaquim Grava para se reabilitar fisicamente.

- A ideia deles (comissão técnica) é aprimorar a parte física, porque fiquei três meses parado, vinha treinando, mas é diferente treinar sozinho e em grupo. Como não vou jogar, faço a parte física e a de campo. Vou me adaptar ao trabalho e ao elenco. Pedi para aprimorar a parte física, conhecer o elenco. Para não entrar de férias abaixo, para voltar em janeiro em condições boas - disse, antes de completar, sobre os três anos de contrato que cumprirá:

- Difícil agradar a todos, nem Jesus Cristo agradou. Mas fiz três anos de contrato por merecimento também. Apesar de não jogar há três meses, joguei uma Copa há dois anos, pode ser que alguns questionem, mas faço meu trabalho, me cuido mais, não estou tão abaixo fisicamente. Podem questionar, mas fizemos um bom contrato. Tenho que mostrar meu futebol, o que sempre mostrei. Fora de campo não tenho de mostrar a ninguém, Deus sabe. Tenho que provar que vim fazer o melhor, gols, correr, me dedicar. Depois aceito as críticas. Mas vou mostrar meu valor.

Jô já tem 115 jogos e 18 gols pelo Corinthians no currículo. Entre 2017 e 2019, espera aumentar os números.

- Primeiramente queria agradecer a Deus por esse retorno, à minha esposa por esse período comigo e ao presidente, ao diretor e aos funcionários por me receberem de volta. Passa um filme na cabeça, a emoção vem forte.

CONFIRA OUTRAS DECLARAÇÕES DE JÔ EM SUA APRESENTAÇÃO:

ESPERANÇA DE GOLS DO CORINTHIANS
"Não sou o salvador da pátria, sou mais um jogador que chega para ajudar. Aqui tem grandes atacantes, tem o Gustavo com potencial muito grande, é jovem, 21 anos, e bom jogador. Tem o Guilherme que faz bem essa função, tem o Romero. Sou mais um para brigar e ajudar. Mas claro que voltando após 11 anos, com experiência, a responsabilidade aumenta. Mas com sabedoria vou superar tudo isso".

MUDANÇAS ESTRUTURAIS DO CLUBE
"O clube cresceu, tem uma estrutura que realmente é muito boa. Passei por clubes na Europa e poucos têm uma estrutura dessa. Antigamente tinha contâiner, chuveiro gelado, mas o Corinthians é assim. Viver o dia a dia, estar de corpo e alma. A estrutura é maravilhosa".

VAI REVIVER OS TEMPOS DE ATLÉTICO-MG?
É possível até mais. Me cuido mais, alimentação melhor, tem que buscar mais. O Galo me levou a uma Copa do Mundo. Mas pretendo me dedicar até mais do que me dediquei no Atlético-MG.

CONVERSÃO AO CRISTIANISMO
"Foi no final de 2014, depois da Copa do Mundo. Retornei ao Atlético-MG, não vinha fazendo bons jogos, tive problemas na vida pessoal, um tempo sem fazer gols. Tive férias, sozinho e comecei a refletir, encontrei Deus. No começo de 2015, fiquei feliz com a família, vi que poderia estar jogando a vida no lixo. E tudo voltou a ter uma direção. Foi no final de 2014 que reencontrei a paz fora de campo".

É O MAIS JOVEM A MARCAR GOL PELO CORINTHIANS
"Lembro muito bem de uma frase que o Robert sempre me dizia: acreditar no sonho. Aquilo ali estava começando, era um sonho, eu não sabia a proporção. Fazer o primeiro gol? A alegria foi imensa, eu ficava vendo os jornais, era um impacto. Robert me ajudava muito, Renato Abreu, que tem uma pizzaria no Rio, e os da base: Wendel, Coelho, Fininho, Bobô...".

REENCONTRO COM OSWALDO DE OLIVEIRA
"Oswaldo é uma pessoa maravilhosa, na ocasião eu era muito novo, a gente não conversava tanto, mas sempre foi uma pessoa carinhosa, um pai. Desde que conheci até hoje, quando a gente se encontrava ele falava: "Um dia vamos trabalhar juntos de novo". Está aí a oportunidade".

TORCEDOR DE INFÂNCIA
"Eu nunca neguei que sempre fui corintiano, desde pequeno, até esse tempo fora eu sempre torci. Quando caiu em 2007, eu estava na Rússia e fiquei triste. Minha esposa perguntou e eu falei que estava triste, era o clube do meu coração. Tive amigos aqui, nunca deixei e nem nunca vou deixar de ser torcedor. Isso marcou minha vida".

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