Novo reforço do Corinthians, o atacante Chrystian Barletta chega ao clube cercado de expectativas após boas exibições no Paulistão. O jogador de 21 anos, no entanto, deve encontrar no Timão uma forma de jogar totalmente diferente daquela que estava acostumado no São Bernardo, onde chamou a atenção de equipes da Série A.
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Tendo como base o que Fernando Lázaro propôs à sua equipe ao longo do estadual, o LANCE! preparou uma análise sobre como Barletta pode se encaixar na equipe corintiana.
SÃO BERNARDO - MEIA-ATACANTE NO 3-4-2-1
Um dos diferenciais do São Bernardo no Paulistão foi o sistema utilizado, com três zagueiros ocupando os corredores com alas. Dessa forma, o time do ABC não utilizava pontas por trás do centroavante, e sim meia-atacantes, posicionados no lugar dos meias armadores. Essa era a função de Barletta, que jogava sempre pela direita.
Na defesa, sua tarefa era fechar o lado do campo como um ponta tradicional. No ataque, porém, seu trabalho era uma mistura entre as funções de um segundo-atacante e um ponta: partindo sempre do centro do campo, Barletta caia pela ponta quando a jogada se desenvolvia pelo seu lado; já quando a jogada acontecia pelo lado oposto, o jogador se juntava ao centroavante para finalizar de dentro da área.
Assim, Barletta precisava demonstrar qualidades exigidas nas duas funções, como explosão, velocidade, boa capacidade de articular jogadas, bom drible, chegada à área para finalizar e boa leitura dos espaços para infiltrar na defesa adversária.
O ENCAIXE NO CORINTHIANS
Fernando Lázaro implantou no Corinthians um sistema completamente diferente do São Bernardo, não só pelo uso de uma tradicional linha de 4 defensores, como também pela formação do meio-campo, desenhado em um losango, e o uso de dois atacantes na frente.
Além disso, o São Bernardo utilizava um ataque mais posicional, com jogadores distribuídos no campo e se movimentando de acordo com a posição de bola. No caso do Corinthians, os jogadores se movimentam junto da bola, com mais liberdade para aproximar uns dos outros e realizar tabelas e ultrapassagens.
Com tantas diferenças, o primeiro passo é encontrar no sistema corintiano um jogador que seja, ao menos, semelhante a Barletta no São Bernardo. No 4-3-1-2 do Timão, esse jogador é Adson, não apenas pela região do campo em que atua, mas também pelas características citadas anteriormente.
Outra possibilidade seria usar Barletta como um substituto de Róger Guedes, seja na ausência do camisa 10 ou como opção de substituição no decorrer dos jogos. Lázaro pensa sua equipe a partir de individualidades, ou seja: ele parte da ideia que os jogadores melhoram o sistema e não que o sistema melhora os jogadores. Assim, o novo reforço corintiano pode ser utilizado como uma espécie de Róger Guedes do lado direito, quando o treinador corintiano precisar mudar o jeito da equipe jogar.
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Por fim, vale relembrar que o Corinthians só deve voltar a campo na segunda semana de abril, e Lázaro pode aproveitar o período sem jogos para pensar um novo sistema tático, com pontas, por exemplo, o que facilitaria o encaixe de Barletta. Essa seria a última opção e a menos provável opção.