A vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo foi no último domingo, mas a repercussão no Corinthians continua em voga, já que muitas lições foram tiradas daquele ótimo desempenho na Neo Química Arena, ajudado também por um longo período de treinamentos, algo que acontece novamente antes do duelo com o Goiás, a próxima segunda-feira. Entenda como a semana cheia fez diferença.
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Enquanto o Timão teve 11 dias de preparação, o Tricolor fez três jogos no período. Como é amplamente sabido, o estilo de jogo aplicado por Fernando Diniz exige uma intensidade tanto do próprio time quanto do adversário. Então os são-paulinos chegaram em Itaquera com a carga física de uma maratona e um ritmo que teria que ser mantido, já o Alvinegro chegou "descansado".
Para combater o jogo do líder do campeonato, Vagner Mancini sabia que não daria para contar apenas com uma estratégia tática bem feita durante o período de treinamento, que também foi muito trabalhada ao longo da semana, mas a preparação física acabou sendo um dos diferenciais para que tudo o que foi trabalhado pudesse ser executado beirando a perfeição.
- É fundamental dizer que o trabalho do Flávio de Oliveira (preparador físico) precisa ser elogiado, porque hoje temos um time muito interessante fisicamente, os atletas estão conseguindo fazer o que a gente pede, lá atrás tinha dificuldade porque era uma mudança de metodologia, hoje temos após 60 dias um grupo que entendeu as formas de jogar, mesmo quando baixa linha, baixa, mas é objetivo, tem saída rápida de contra-ataque, quando marca adiantado, marca para tentar roubar a bola e tentar fazer o gol. O Corinthians caminha dessa forma - elogiou Mancini em entrevista coletiva após a partida.
Esse ganho físico, aliás, é um fator que tem melhorado na "gestão Mancini", já que era algo bastante reclamado pelo torcedor corintiano, que via uma evidente queda na segunda etapa das partidas. É claro que os períodos de semana livre contribuíram, pois anteriormente o Corinthians não fugia do calendário ainda mais apertado por conta da pandemia de coronavírus.
Como dito acima, a preparação não foi apenas física, mas também tática. Com uma estratégia bem definida, Mancini trabalhou o time titular a fim de neutralizar os pontos fortes do São Paulo, principalmente a dupla de atacantes Brenner e Luciano. Mas não foi só: também foi trabalhada uma forma de pressionar a saída de bola do rival e tentar provocar o erro, como de fato aconteceu em alguns momentos do clássico e quase proporcionou gols.
- Eu acho que o principal é que a vitória não começou no sábado, não começou no domingo, começou na segunda, no treino. Pressionamos alto, como tínhamos que pressionar, encurtamos atrás, quando tivemos que encurtar, eu acho que foi um jogo muito inteligente do time, encurtamos muito o espaço do São Paulo, é o líder, vem muito bem, mas um clássico é um clássico, a gente nunca pensou no empate, sempre pensou em ganhar, e assim foi. Foi um dia muito bom de todo mundo e ganhamos - afirmou Bruno Méndez.
O relato do uruguaio deixa claro o quanto foi importante essa semana "cheia" para treinar, tanto no aspecto físico, quanto no aspecto tático. E para enfrentar o Goiás o cenário é bem parecido, uma vez que serão seis dias de preparação. Dessa vez, porém, o conceito do treino deve ser diferente devido ao estilo de jogo goiano ser bem mais reativo do que o são-paulino. O Corinthians terá de propor, algo que tem sido uma dificuldade durante toda esta temporada.
Mais um motivo para que Vagner Mancini, sua comissão técnica e o elenco aproveitem ao máximo esse período e busquem subir na tabela (atualmente na 10ª posição com 33 pontos), que é o objetivo do clube para este Brasileirão. O Timão recebe o Goiás, na Neo Química Arena, na próxima segunda-feira, às 20h, pela 26ª rodada. Até lá serão mais quatro dias de treinamento.