Era uma tarde de sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015, no CT Joaquim Grava. Esbanjando trancinhas que viriam a ser cortadas semanas depois, Vagner Love, revelado pelo Palmeiras em 2003, enfim se apresentava como jogador do Corinthians:
- Passou um filme na cabeça. Há dez anos eu quase acertei e não assinei - disse, se referindo à tentativa frustrada de Kia Joorabchian de contratá-lo em 2005.
"Estou em ascensão. Me sinto bem, na parte física e técnica, posso cada vez mais ajudar o Corinthians", Love
Os primeiros meses no Timão, porém, indicavam fim nada feliz para o filme que passara em sua cabeça.
No Paulistão, foram 14 jogos e dois gols. Na Libertadores, Love foi ainda menos decisivo: três jogos, 106 minutos em campo e nenhum tento.
Em meio à iminente saída do ídolo Paolo Guerrero, Vagner Love não parecia pronto para suceder o peruano. Como perdeu a pré-temporada do Corinthians nos Estados Unidos, demorou para entrar em forma. Entregue aos fisioterapeutas e preparadores físicos do clube no fim de maio, passou por duas semanas de “isolamento” no CT. Evoluiu fisicamente, mas seguia com dificuldade para balançar as redes. Enquanto isso, Luciano surgiu como homem-gol. Em agosto contudo, o jovem de 22 anos se machucou. E então...
Com apoio incondicional de Tite, elenco, funcionários do clube, familiares, Love renasceu (vale lembrar que sua esposa está grávida do quinto filho do jogador). Desde a lesão de Luciano, foi titular nos 16 jogos do time no Brasileirão. Fez dez gols no período. Divide artilharia do Corinthians com Jadson (13 gols).
Após o "gol do título", na noite desta quinta, em São Januário, Love disparou:
- Sabia que Deus ia reservar coisas boas para mim. Minha mãe, minha esposa, minha irmã sempre me apoiaram. Então esse título é para os amores da minha vida. Estou muito feliz. Vou comemorar para c...!
Em uma década de “atraso”, Love perdeu muita coisa no Corinthians: do fatídico rebaixamento à Série B às conquistas da Libertadores e do Mundial de Clubes. Problema? Que nada! É a chance do Artilheiro do Amor dominar no peito o protagonismo de um novo ciclo campeão do Timão. O primeiro título já chegou. Que venham mais!