Na última quarta-feira, na Neo Química Arena, o Corinthians teve mais uma apresentação que preocupou seus torcedores. Dessa vez o adversário foi o Santos, pela 14ª rodada do Brasileirão-2020. O empate em 1 a 1 foi conquistado após o time sair atrás no placar e reagir para marcar o gol com Danilo Avelar. No entanto, a atuação corintiana esteve longe de mostrar tamanha evolução como apontada por jogadores e por Coelho. Sinal de alerta permanece ligado.
Em entrevistas concedidas depois da partida, Fagner e Gabriel enxergaram melhora do time dentro daquilo que foi mostrado contra o Peixe, especialmente pela reação na sequência do gol sofrido com menos de dez minutos. Realmente, a equipe melhorou demais, mas a atuação nesses primeiros instantes foi terrível, não havia como ser pior do que aquilo.
As aberrações foram desde saídas erradas de bola, equívocos em passes fáceis, vacilos na marcação até e incapacidade nítida de criar jogadas de ataque. Talvez tenham sido os piores dez minutos do time sob o comando de Dyego Coelho, que classificou aquele início como um momento de falta de concentração, mas quem viu o jogo sabe que não se tratou apenas disso, foi só mais um elemento.
O desejo do treinador por implantar uma saída de três a partir da defesa não funcionou com Gabriel, que não tem essa característica, como já é sabido há muito tempo. Dessa forma, Coelho colocou Fagner para construir esse estilo de jogo, mas com isso o lateral-direito saiu de sua principal função, que era se beneficiar desse momento de forma mais avançada, praticamente no ataque.
Sendo assim, você tira aquele que talvez seja o principal articulador das jogadas e consequentemente dificulta a chegada da bola no melhor finalizador corintiano, que é Jô, peça que mal participou da partida e saiu no intervalo para dar lugar a Boselli. No entanto, o Corinthians ganhou campo pela falta de iniciativa do Santos, que muito desfalcado, tirou o pé e sentiu o cansaço.
De tanto insistir, ficar com a bola, ensaiar impor volume e pouco construir, o Timão aproveitou vacilo na defesa santista e "achou" um gol com Danilo Avelar. Para ser justo, o empate naquele momento era o resultado que melhor resumia o clássico, que não era um bom jogo de futebol para se assistir, porém era disputado por um time de fato e um adversário em processo de time.
Na volta do intervalo, Coelho sacou Jô, Luan e Léo Natel, que não funcionaram na primeira etapa, no entanto estavam fazendo parte dos momentos em que a equipe mostrou que poderiam conseguir algo melhor na partida. As entradas de Boselli, Cazares e Gustavo Silva, mudaram pouco o cenário da partida, mas ficaram um passo à frente em termos de atuação em relação aos que saíram.
Ainda que Mateus Vital tenha quase marcado em duas oportunidades, e Gustavo Silva tenha criado duas boas chances, foi muito pouco para enxergar uma evolução, principalmente diante de um adversário que estava desfalcado de peças do naipe de Marinho, Soteldo e Carlos Sánchez, além do desgaste santista que ficou evidente durante toda a segunda etapa do confronto.
Em resumo, não há elementos suficientes para enxergar essa evolução vista por elenco e comissão técnica. A situação ainda é delicada e o nível de jogo apresentado é muito pobre. Baixar a guarda, deixar de lado o sinal de alerta e apontar virtudes onde elas não existem, não parecem ser as melhores táticas para se afastar da zona da degola. O processo está longe de dar tranquilidade.