O Corinthians trata o meia-atacante Pedrinho, de apenas 18 anos, como uma joia. Mas que ainda precisa ser lapidada. Neste sentido, um dos cuidados que o Timão tem com o garoto é melhorar seu condicionamento físico e deixá-lo ainda mais forte e resistente. Contudo, há um cuidado para que ele não perca o que tem de melhor: velocidade, gingado, reflexo apurado, entre outras qualidades.
A comissão técnica alvinegra prepara um trabalho especial com o prodígio, que envolve treinos e alimentação individualizada. O clube tem como modelo o que foi feito com Neymar, que assim como Pedrinho era franzino quando iniciou a carreira.
- Ele chegou abaixo dos demais por ser um garoto de 18 anos, que está maturando ainda. Não pode comparar o Pedrinho com um cara de 30, tipo o Kazim. O Pedrinho vai ganhar força na carreira dele, além da experiência em campo, vai melhorar a condição física. Ganho de massa vai ter, mas daquilo que ele precisa. Muita gente fala que se o atleta ganha força, perde mobilidade. Mas tudo depende da força que ele ganha. Força de sprint, força máxima... Precisa saber o que trabalhar dentro da idade e do nível que o atleta está. Sempre uso a questão do Neymar como exemplo, porque, além de ele ser um craque, um fenômeno, ele era magrinho, o tal filézinho como falam. E você vê a evolução dele com os treinos. Vamos ver inúmeras diferenças no corpo dele. Está mais estabilizado, com mais força, com mais velocidade, mais massa muscular... Esse é o trabalho com o Pedrinho também - explicou o preparador físico do Corinthians, Walmir Cruz.
Natural de Maceió, Alagoas, Pedrinho está no Corinthians desde 2013 e foi um dos destaques no título da Copa São Paulo de Juniores deste ano. Ele acertou renovação de contrato com o Timão por quatro anos e ganhará aumento salarial.
Com uma lesão no pé direito, o jovem está vetado da primeira partida das quartas de final do Campeonato Paulista neste sábado.
- Confira abaixo a entrevista com o preparador físico do Corinthians, Walmir Cruz, sobre Pedrinho:
O que está sendo feito e o que projetam para o Pedrinho? Ele precisa ficar mais forte?
Temos um pensamento de que, em um trabalho de fortalecimento, o cara vai ficar forte como um fisioculturista, cheio de músculos. Mas a força que trabalhamos é do esporte. Para o futebol, cada atleta tem seu percentual, sua carga e seu limite. O Pedrinho precisa ganhar força? Sim, mas não vai ficar grande e musculoso. Ele vai ganhar a força que ele precisa para o esporte que ele pratica. Podemos ver muito bem a evolução do Neymar. Se você pegar o Neymar quando ele começou e agora, está muito mais forte. Ganhou massa muscular, mas não está imenso, um brutamonte como a gente diz. É a força específica do esporte, trabalho de potência para o futebol. O Pedrinho é a mesma coisa: parte nutricional, parte de campo, laboratório e lá dentro o trabalho de força são importante, mas tudo dentro do padrão.
O Pedrinho tem quatro jogos pelo Corinthians, mas nenhum inteiro. Isso tem a ver com condicionamento físico?
A questão de jogo é diferente no profissional em relação à base, a dinâmica é diferente. Jogar um jogo grande, um clássico, o psicológico e parte física são mais exigidos. Você vai jogar contra equipes com rodagem, e realmente sente. Talento é uma coisa nata dele, e temos que saber utilizar isso. Jogar a parte física para ele ter um rendimento muito maior. Essa é nossa preocupação e objetivo: fazer com que o Pedrinho se torne mais para frente tudo isso que estão falando que ele pode ser.
O trabalho com ele é algo a longo prazo, certo?
Sim. Não podemos exigir de um garoto de 18 anos que entre e resolva o problema para a gente. Não pode queimar etapas, tem que ir naturalmente com o decorrer da carreira dele. Vamos ver mais para frente, com as avaliações que vamos ter, para saber como ele chegou e como ele vai estar. Esse comparativo entre ele antes e depois.
Porém, é difícil fazer esse trabalho em meio a tantos jogos decisivos, como o Corinthians terá em abril, certo?
Tem uma hora que vamos ter que dar uma segurada nele, vai ter que ter esse "timing" para recuperar a parte muscular. É um processo que não é rápido, exige paciência, estudo e eficiência na aplicação.