A diretoria do Corinthians foi alvo de um protesto de cerca de cem membros da torcida organizada Gaviões da Fiel no fim da tarde desta quarta-feira, horas antes da partida do Timão contra o Fluminense, pela volta das oitavas de final da Copa do Brasil - o jogo de ida terminou empatado em 1 a 1. Em um dos gritos, inclusive, os torcedores disseram que "o bicho vai pegar" em caso de desclassificação no torneio.
O protesto ocorreu na portaria principal do Parque São Jorge, sede do Corinthians, e foi a terceira manifestação de torcedores desde a derrota do fim de semana contra o Palmeiras. Anteriormente, o prédio teve uma entrada pichada e um pequeno grupo invadiu o andar da sala da presidência para estender faixas contra a diretoria. Nesta quarta, porém, o clube se resguardou, dispensando funcionários às 16h30 e instalando quatro câmeras de segurança no local, de última hora, para identificação de possíveis crimes. Não houve registro de nada neste sentido.
Os torcedores começaram a chegar ao Parque São Jorge às 17h45, aproximadamente, pois o evento já estava combinado pela internet. Quando já havia um grupo de ao menos 50, teve início o batuque e entoamento de cantos contra a diretoria. Os principais alvos foram Roberto de Andrade, presidente do Corinthians, Eduardo Ferreira, diretor adjunto de futebol, Andrés Sanchez, ex-presidente, e André Luiz de Oliveira, o André Negão, vice-presidente do clube. Não houve cantos diretos contra jogadores ou outras personalidades, mas os quatro dirigentes foram citados nominalmente, inclusive com o grito "fora todo mundo".
As palavras de ordem foram desde "c... devolve o Coringão pro povão", "não é mole não, a elite tomou conta do Timão" e "ei, Andrés, aqui não tem burguês", todos em referência à elitização no preço dos ingressos para jogos do Corinthians na Arena, até "camisa azul, vai tomar no c..." e "não é mole não, preto e branco é a cor do Coringão", em crítica à recém-criada terceira camisa do Corinthians, que é azul.
Às 18h45, aproximadamente, um líder do grupo de torcedores reuniu os manifestantes e decidiu-se por encerrar o protesto.