As dores de cabeça para o Corinthians parecem não ter fim e mais um caso tende a repercutir na Justiça. Isso porque o grupo de oposição "Frente Liberdade Corinthiana", entrou com uma ação na manhã desta segunda-feira pedindo o impeachment imediato do atual presidente, Andrés Sanchez.
O motivo para o pedido, segundo o grupo, é o desrespeito ao estatuto do clube e a gestão temerária do atual mandatário. A solicitação da ação liminar, que teria efeito imediato, foi impetrada no Foro Regional do Tatuapé. O grupo leva consigo o apoio e a assinatura de Conselheiros, associados e torcedores e questiona o endividamento (R$ 665 milhões) e o alto deficit (R$ 177 milhões) registrados no ano passado. O prejuízo foi o maior da história corintiana.
- O grupo que compõe a Frente Liberdade Corinthiana tem feito inúmeros pedidos de esclarecimentos em razão de medidas tomadas pela atual presidência, que estão levando o Corinthians para uma situação terrível do ponto de vista econômico, mas esses pedidos não estão sendo atendidos por Andrés Sanchez - disse o advogado Cristiano Medina, que representa o grupo.
De acordo com Medina, foram tomados empréstimos bancários (Banco BMG e Daycoval) no valor de R$ 70 milhões, como mostra o balanço alvinegro, em 2019, algo que fere as normas registradas no estatuto do clube.
- O estatuto do Corinthians afirma que empréstimos acima de 10 mil salários mínimos precisam da autorização do Conselho de Orientação, mas essa determinação não foi observada pela presidência - afirmou o advogado, que justificou essa questão como essencial para o pedido de afastamento:
- Estamos pedindo o afastamento imediato do dirigente porque entendemos que ele não observou as regras legais e estatutárias. O estatuto do Corinthians em seu artigo 106 é claro: "o presidente deverá ser destituído quando não observar os mandamentos de seu estatuto".
Por fim, o representante da "Frente Liberdade Corinthiana" acredita que tem elementos suficientes para sustentas o pedido no decorrer do processo legal. Para isso eles confiam no Poder Judiciário para "estabelecer a ordem" no clube.
- Provamos que a atual presidência está realizando uma administração temerária e prejudicial ao patrimônio e à imagem do Sport Club Corinthians Paulista. Ao mesmo tempo, acreditamos na intervenção do Poder Judiciário para estabelecer a ordem, a ética e a governança no Clube, que enfrenta a maior crise financeira de sua história - concluiu Medina.
Confira os principais pontos da ação movida pela Frente Liberdade Corinthiana:
1 – De modo constante, há descumprimento das regras do estatuto, como mostra o exemplo da aquisição de empréstimos bancários sem a prévia autorização do Conselho de Orientação – CORI;
2 – Atrasos no pagamento de salários de funcionários e atletas; não pagamento de contas de água, de luz e inadimplência junto a fornecedores;
3 – O não pagamento das parcelas de aquisição do jogador Bruno Méndez junto ao Wanderers-URU, fato que pode acarretar sanções ao Corinthians junto à entidade maior do futebol, a FIFA. Mesmo que tenha quitado a primeira das parcelas, conforme a imprensa noticiou nos últimos dias, ainda há duas em atraso;
4 – Risco de perda de parte do Parque São Jorge em razão de dívidas junto à prefeitura de São Paulo.
5 – Inadimplência junto à Caixa Econômica Federal das prestações do financiamento referente à construção da Arena Corinthians;
6 – Em razão das mais diversas dívidas não quitadas, a marca Corinthians tem sido vítima da administração irresponsável e omissa da atual presidência. A nome do Corinthians aparece atrelado a um infindável número de notícias vexatórias, ocasionando irreparável prejuízo a esse patrimônio do Clube, que é a sua marca.