O Corinthians está na eminência de anunciar Vítor Pereira como novo treinador do clube. Mesmo após uma recusa inicial, a diretoria alvinegra, ao ver Luís Castro escolher o projeto do Botafogo, voltou com uma oferta mais agressiva para Vítor, convencendo o técnico de 53 anos a comandar o clube do Parque São Jorge.
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Conhecido por sua personalidade forte e "pulso firme" no vestiário, Vítor não têm um estilo de jogo característico. O lusitano gosta de se adaptar às características do elenco e monta o plano de jogo de acordo com o adversário que irá enfrentar.
INTENSIDADE, PALAVRA DE ORDEM PARA VÍTOR PEREIRA
Seja no Porto, Al-Ahli, Olympiacos, Fenerbache, 1860 Munchen ou Shanghai SIPG, Vítor quase sempre implementou dois esquemas táticos: 4-3-3 ou 3-4-3. O fio condutor nos trabalhos do lusitano é a intensidade.
Não importa o local, os times dele sempre foram conhecidos pela agressividade e intensidade, quase como um espelho do seu comportamento na beira do gramado.
Em uma entrevista coletiva antes de um duelo contra o Estoril, quando treinava o Porto, Vítor explicou o que esperava de sua equipe para superar a possível retranca montada pelo adversário, evidenciando a importância da agressividade e combatividade dos seus jogadores.
- Não é com o jogo lento, renunciado, que se consegue desestruturar ou arranjar momentos de penetração em estruturas compactas. Portanto, precisamos de agressividade ofensiva, imprimir um ritmo forte e uma transição agressiva - disse o treinador.
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OFENSIVO OU DEFENSIVO?
Por onde passou, Vítor Pereira nunca foi conhecido por ser um guru ofensivo como Jorge Jesus no Flamengo, ou um estrategista defensivo como Abel Ferreira no Palmeiras.
E isso talvez pode ser o grande trunfo dele no Timão. Com um calendário apertado e poucos dias de treino para implementar sua metodologia, o equilíbrio entre defesa e ataque, guiados pela intensidade, pode ser determinante para o sucesso do português em terras tupiniquins.
Mas, na maioria das vezes em que chegou a um novo clube, optou primeiramente por organizar o sistema defensivo, e uma defesa bem estruturada foi a forma como o Corinthians conseguiu ótimos trabalhos nos últimos anos, com Tite, Carille e Mano Menezes.
De qualquer maneira, em diversas entrevistas, o treinador deixou claro que enxerga o futebol como algo dinâmico. Dessa forma, não apenas os adversários, como também o momento de cada jogo são determinantes para suas orientações ao time.
Por isso, o próprio treinador evita colocar um rótulo para a maneira como conduz os seus trabalhos. Em entrevista ao portal Mais Futebol, de Portugal, Vítor esmiuçou detalhes do seu estilo e criou uma expressão para definir seus times.
- Isso veio para ficar. Na China jogávamos no 3-4-3 ou no 3-5-2, por vezes no 4-3-3. Na semana passada, estive em uma "webinair" e apelidei esta nova estrutura de estrutura transformer. Vivemos em uma tendência de um futebol com as linhas mais coordenadas e os espaços mais reduzidos. Com isso, precisamos nos reinventar no ponto de vista ofensivo – ponderou.
Pela flexibilidade e capacidade em montar e desmontar a estrutura do seu time durante uma partida, Vítor Pereira se assemelha ao técnico do Atlético-MG, Antonio "Turco" Mohamed, na forma de enxergar e pensar futebol.