Não é mentira alguma dizer que os três mil torcedores do Corinthians que viram o empate em a 1 a 1 do Timão com o Boca Juniors, na Bombonera, na última terça-feira (17) ditaram o ritmo da torcida adversária durante os 90 minutos.
> GALERIA - Por onde andam os jogadores do Timão da final da Liberta 2012 contra o Boca na Bombonera
> TABELA - Confira e simule os jogos da Libertadores
Mesmo enfrentando dificuldades, e até mesmo perdendo o único gol corintiano na partida, por conta de um problema na escolta até o estádio, a Fiel incomodou os adversários, conhecidos tradicionalmente por transformar a atmosfera do estádio localizado no bairro da Boca, em Buenos Aires.
Não se pode dizer que os corintianos abafaram os ‘hinchas’ do Boca Juniors, mas sim que esboçaram isso alguns momentos, fazendo exatamente com que setores da Bombonera que estavam mais calados voltassem a cantar mais alto e forte para manter a hegemonia.
A BLITZ
Às vésperas da partida, os torcedores do Corinthians presentes na Argentina foram comunicados da importância de irem até a Bombonera em ônibus e vãs particulares, que tinham os serviços disponibilizados. Essa necessidade muito era para que a Fiel fosse escoltada até o estádio do Boca Juniors.
No entanto, alguns corintianos foram até La Boca de forma particular e conseguiram entrar normalmente, sem registros de problemas.
O ingresso para o setor visitante ficou isolado em uma rua que necessitava de um trajeto grande entre os setores da torcida do clube argentino, passando pela tradicional Rua Caminito.
A concentração dos torcedores do Timão que estavam nestas ‘caravanas’ aconteceu às 17h, quatro horas e meia antes do jogo começar, em Puerto Madero, que fica menos de meia-hora da Bombonera, mas a escolta chegou somente perto do momento do jogo, atrasando o procedimento de ingressos dos corintianos, que ainda precisavam passar pelo processo de revista e apresentação dos bilhetes para entrarem no estádio.
O saldo foi a entrada desses torcedores com cerca de 20 e 25 minutos de atraso do início da partida, perdendo um terço do jogo e, principalmente, o único gol corintano no confronto, marcado por Du Queiroz, aos 15 minutos, justamente no gol disponibilizado para a Fiel.
CANTO ALTO E FORTE
Porém, se enganou quem pensou que o transtorno na entrada desanimaria a nação corintiana.
Assim que os torcedores que estavam nos ônibus entraram no estádio foi notória a diferença da postura do setor visitante, que começou a pulsar, obrigando os ‘hinchas de Boca’ a aumentarem o som a cada vez que se sentiam acoados.
Não houve um minuto sequer que a Fiel esteve mais calada na Bombonera, e em alguns instantes pôde ser fazer ouvida em paralelo com o setor da ‘La 12’, torcida uniformizada tradicional do Boca. Mas o pulsar da organizada e aumento do volume dos rivais faziam com que os pontos que estavam mais calados da torcida do Boca reagisse com um canto mais forte e uníssono em todo o estádio.
MENÇÃO A ROMARINHO
Ao fim da partida, uma figura icônica do duelo entre Corinthians e Boca Juniors foi relembrado pela Fiel. O atacante Romarinho, autor do gol que garantiu o empate em 1 a 1 entre os times no jogo de ida da final da Libertadores de 2012, única conquistada pelo Timão.
O tento anotado pelo atacante, recém-chegado e pouco conhecido da torcida corintiana até o então, abriu alas para que o clube confirmasse o título na semana seguinte, no estádio do Pacaembu, vencendo por 2 a 0, os dois gols marcados por Emerson Sheik.
De forma até um pouco tímida em relação ao que foi o pulsar da Fiel Torcida durante os 90 minutos, os corintianos gritaram o nome de Romarinho ao fim do jogo em La Boca, nesta terça-feira (17), relembrando o feito que está prestes a completar 10 anos.
CASO DE RACISMO
Houve o novamente o registro de racismo da torcida do Boca para com corintianos. Dessa vez o vídeo que circula nas redes sociais aponta uma criança imitando um macaco em direção à Fiel.
BANDO DE LOUCOS
Não há registro exato de quantos torcedores do Corinthians vieram para a Argentina nos últimos dias, mas pela impressão da reportagem do LANCE!, presente em Buenos Aires, havia seguramente mais do que os três mil corintianos que estiveram na Bombonera.
Desde o último domingo (15) se via a capital argentina tomada por brasileiros que tinha a linguagem universal para se comunicar, o ‘Vai, Corinthians!’, além de muitos em muitos lugares tomarem o espaço com casacos, gorros, capuzes e camisas do Timão.
A estimativa, em uma impressão, é que entre 4 e 5 mil corintianos viajaram para a Argentina para acompanhar a partida contra o Boca presencialmente. Os que não conseguiram ingressos, tiveram que acompanhar pelas redondezas.