Multicampeão como jogador e ‘iniciante’ como técnico, Sylvinho é a aposta do Corinthians

Escolhido pela diretoria para a assumir o comando da equipe, ex-lateral-esquerdo teve trajetória vitoriosa no próprio Timão e nos momentos áureos de Barcelona

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Demorou uma semana e foram necessárias duas recusas até que o Corinthians definisse a contratação de seu novo técnico. E o nome escolhido foi de um velho conhecido do clube: Sylvinho, com longa lista de títulos na carreira de jogador, mas ainda iniciante em sua trajetória na beira do campo. Ele é a aposta corintiana para trabalhar neste momento de reestruturação geral.

Aos 47 anos, o ex-lateral-esquerdo estava sem clube e morando em Portugal, sempre estudando e aperfeiçoando seus conhecimentos. Aliás, essa é uma de suas maiores características: a preparação para aplicar aquilo que aprende, além da dedicação com que trabalha no dia a dia, levando intensidade e paixão aos comandados. Esse perfil pesou na hora da decisão da diretoria alvinegra.

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Esse fator falou muito mais alto do que a busca por um profissional de carreira consolidada e com a tradicional "casca" para aguentar as pancadas que a falta de resultados pode trazer. E para compensar a pouca experiência como técnico, há a identificação com o clube, no qual foi formado e depois projetado para o futebol mundial. Assim, ele sabe exatamente onde está pisando.

Se como treinador a carreira está no início, tendo apenas uma passagem de 11 jogos pelo Lyon-FRA, a carreira como auxiliar técnico já tem um histórico e com locais de trabalho bastante diversos, como o próprio Timão, a Inter de Milão e a Seleção Brasileira. Essa bagagem é outro aspecto levado em conta no "processo seletivo". A expectativa pela aplicação de um futebol moderno, inclusive, esteve no anúncio de Sylvinho, com a hashtag #modernoésercorinthians.

Como jogador, a carreira é de muito sucesso e muitos títulos. Ao todo, são 14 conquistas oficiais por Corinthians (5), Arsenal (1) e Barcelona (8). No clube catalão, ele viveu duas eras douradas com duas conquistas de Champions League, em 2005/2006 (Ronaldinho e cia.) e em 2008/2009 (com Pep Guardiola). Trajetória bastante expressiva em pouco menos de 20 anos de profissional.

A ideia é apostar no trabalho e na expectativa de montar um time sob a "cabeça" de Sylvinho, sem a cobrança por títulos ou resultados logo de cara. Em caso de necessidade de blindagem, a atual cúpula corintiana, juntamente com Andrés Sanchez, são fãs do treinador e irão manter o apoio e a confiança com muito mais paciência do que qualquer outro nome sem essa ligação.

Se o momento é de reestruturação dentro e fora de campo, a aposta do Corinthians em Sylvinho pode significar o início de uma mentalidade e uma filosofia de futebol. Um profissional como ele, de muita bagagem, muita identificação com o clube e disposta a decolar na carreira de treinador, tende a ser o casamento perfeito nesta fase em que é preciso fazer muito com pouco.

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