Na vitória ou na derrota, o técnico Tite recorre a uma de suas teorias para analisar as partidas: as individualidades só aparecem quando o coletivo está organizado, diz ele.
De fato, no futebol praticado atualmente não é possível apostar apenas no brilho de um ou outro jogador. Contudo, há momentos em que é preciso decidir, chamar o jogo, reluzir mais que os outros 21 atletas em campo. Hoje, mais do que um modelo de jogo e uma formação ideal, o Corinthians carece de protagonistas. Não precisa nem deve haver um só. Em 2015 eram muitos: Jadson, Renato, Elias, Love e até Lucca. Agora, há muitos com potencial, mas ainda tímidos, presos, temerosos...
O duríssimo duelo contra o Santa Fe só foi vencido graças à organização da equipe de Tite, mas poderia ter sido muito mais tranquilo se as individualidades estivessem mais à vontade para aparecerem. Isso tem a ver com confiança, ritmo de jogo e entrosamento, fatores que ajudam a entender o gol perdido cara a cara por Giovanni Augusto, a bola cruzada um pouco acima da cabeça de André e os 40 passes errados do Timão no primeiro tempo.
O "todo", porém, funcionava. Jogadores próximos uns aos outros, linha de impedimento sempre eficiente, compactação para marcar, velocidade para atacar...
Contudo, ainda era insuficiente, faltava um protagonista. Giovanni Augusto brigou, Fagner atacou, Rodriguinho se movimentou... A individualidade (de Guilherme) decidiu, mas só apareceu graças ao coletivo. Foi pouco, mas suficiente para vencer. Ainda é preciso mais. A solução? Tempo. Para Tite treinar e a equipe maturar.