Emocionado, o técnico do Corinthians, Oswaldo de Oliveira, lembrou dos amigos que perdeu no acidente com o avião da Chapecoense na madrugada da última terça-feira, na Colômbia. Em entrevista coletiva, nesta sexta, o treinador contou que trabalhou com três jogadores que estavam na tragédia, afirmou que mantinha boa relação com Caio Júnior, comandante da equipe catarinense, e ainda disse conhecer alguns dos profissionais de imprensa que estavam no voo.
Um dos conhecidos de Oswaldo é o zagueiro Neto, com quem trabalhou no Santos, em 2014. O defensor foi um dos seis sobreviventes da tragédia:
- Eu tive três jogadores que estavam lá, o Neto, que se salvou; o Cleber Santana, que foi meu jogador em 2004, começando, ainda menino, e é um cara por quem eu tinha muita consideração, sempre que o encontrava dava um abraço; e o último foi o Marcelo, que era do Flamengo, zagueiro, encontrei com ele três vezes recentemente. Teve também o Caio (Júnior), que era um grande amigo meu, nos aproximamos no Japão, sempre trocávamos ideia. O Mario Sérgio (ex-comentarista da Fox Sports) era outro grande amigo, sempre que nos encontrávamos havia uma afinidade muito grande. Já o Guilherme Van der Lars (ex-produtor da TV Globo) eu vi iniciando como repórter lá no Rio de Janeiro. Victorino Chermont (repórter da Fox Sports) era um cara que acabei ficando amigo... Mais as outras pessoas - lamentou.
- Isso deixa um clima, uma situação difícil. Aqui no Corinthians, o Vilson, por ter jogado lá no ano passado, ficou péssimo. Mas no fundo todos tinham amigos lá. É um peso grande para que as pessoas reajam e assumam como motivação. É algo que pode acontecer com qualquer um de nós. Eu mesmo estava disputando essa competição (pelo Sport) - completou o treinador.
Oswaldo de Oliveira declarou que o Campeonato Brasileiro precisa ser encerrado e que "seria lindo" ver o Corinthians jogar de verde, em homenagem à Chapecoense, na última rodada da competição, diante do Cruzeiro.
Ele ainda minimizou a polêmica sobre o Timão usar a cor do rival Palmeiras:
- Todos nós tínhamos que minorizar isso, às vezes não conseguimos, há vontade de motivar um clássico ou uma competição. Mas esquecemos que um passo, por menor que seja, pode tirar vida de pessoas. Essa questão da rivalidade tem que ser levada a sério, precisamos ter cuidado quando abordamos essa matéria, que nos últimos tempos vem ganhando proporções incontroláveis, principalmente no momento em que vivemos - argumentou.