Paulo Roberto ‘inaugurou’ a Arena do Timão. Agora volta por sonho de vida
Volante contratado à revelia de boa parte da torcida do Corinthians esteve em Itaquera pelo Figueirense no dia 18 de maio de 2014. Ao L!, ele desabafa e revela planos para 2017
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Giovanni Augusto não é o único jogador do atual elenco do Corinthians que participou da inauguração da Arena de Itaquera, em 18 de maio de 2014, com a camisa do Figueirense. É só ver a foto da comemoração do primeiro gol da história do estádio em Itaquera que o torcedor reconhecerá um rosto. Ainda desconhecida por muitos, claro. Mas trata-se de Paulo Roberto, um dos sete reforços anunciados pelo Timão para 2017. Nesta quarta-feira ele voltará ao estádio para o amistoso de apresentação do novo elenco, contra a Ferroviária. E também para tornar realidade um sonho antigo.
- Eu tenho um ano para provar que posso ser jogador do Corinthians. Meu pensamento nunca foi de fazer um bom campeonato aqui e ser vendido para o exterior, para a China, esses lugares aí. Meu pensamento é firmar raízes no Corinthians, se Deus quiser marcar meu nome na história do clube. Não teria história melhor para contar. Quero ficar aqui muito tempo. Sei que não vou conseguir agradar todo mundo, mas farei o máximo para honrar as cores do Corinthians em todos os jogos que eu atuar - diz, ao LANCE!, o jogador de 29 anos.
Paulo Roberto encaminhou acerto com o Corinthians no dia 5 de janeiro, foi anunciado no dia 11 e apresentado três dias depois, durante a pré-temporada nos Estados Unidos. Em todos os atos, o Corinthians foi silencioso, porque a oposição de sua torcida ao nome do jogador com passagens recentes por Figueirense, Bahia e Sport foi intensa. Nas redes sociais, a contratação de Paulo Roberto foi detonada por conta da idade avançada e do mau rendimento ao longo da última temporada, que passou seis meses em cada clube e jogou pouco. Tampouco chamou atenção.
Monitorado pelo Corinthians desde 2010, o volante foi contratado por empréstimo de uma temporada junto ao Osasco Audax. E está disposto a escrever uma nova história.
- Uma parte da culpa (da desconfiança) foi minha, porque ano passado não foi minha melhor temporada, eu assumo. Acho que vim para o Corinthians pelo que eu posso render, pelo potencial, mas não caí aqui de paraquedas. Se estou é porque mereci estar aqui, Deus me capacitou para isso. Não esperava que a citação ao meu nome fosse tão ruim, porque sei do meu potencial, sei do que posso fazer. Mas o Carille me deu confiança, o grupo me acolheu, e isso deixa tudo mais fácil. Assim que eu pude entrar em campo e nos treinamentos fui bem, e isso me deu muita confiança - desabafa Paulo Roberto.
Pouco antes de estrear como jogador do Corinthians na Arena, Paulo Roberto descobriu que será pai pela segunda vez. Dois anos depois de Valentina, a esposa Bárbara espera mais uma criança. O jogador ainda não sabe se será menino ou menina, mas o coração corintiano da mulher deixa uma certeza...
- Se depender da mãe já está de roupa do Corinthians dentro da barriga. E agora com o pai jogando no Corinthians não tem como torcer para outro clube!
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Será sua estreia na Arena Corinthians, porque o Carille afirmou que os reservas vão jogar por 45 minutos. Qual é a dimensão do seu sentimento de viver isso tudo?
Meu sentimento é de estreia mesmo. Mesmo tendo jogado na Florida Cup agora vamos estar mais próximos da torcida, ainda mais esse estádio que pulsa, já joguei contra algumas vezes e sei como a torcida empurra o time. Vai ser muito bacana jogar agora do lado do Corinthians e tendo a torcida empurrando.
E você jogou na inauguração da própria Arena...
Joguei mesmo, aquela partida em que o Giovanni Augusto fez o gol, eu estava naquele dia.
E como foi participar do início da história desse estádio?
Foi bacana, cara. Nós (Figueirense) vínhamos em um momento desacreditados, estávamos mal no campeonato e ali foi um jogo que vou levar para minha vida. Foi inauguração de um estádio, estádio do Corinthians ainda por cima, é um acontecimento muito bacana. Ter feito parte daquele momento foi muito especial.
E foi uma vitória muito comemorada por vocês, né?
Foi sim, porque o Corinthians vinha muito bem no campeonato e ali jogando do lado da torcida. É praticamente impossível ganhar, mas nós conseguimos em um jogo muito difícil, que eles dominaram o tempo inteiro. Comemoramos bastante, sim.
E dali o Giovanni Augusto virou estrela.
Sim, cara. Marcar um gol numa inauguração de estádio, ainda mais da grandeza do Corinthians. Marca qualquer jogador. Hoje se ouve falar de Giovanni Augusto lembra daquele gol.
'Eu ainda namorava minha esposa e lembro quando o Corinthians foi rebaixado, que ela chorou muito. Naquela época eu vi como o clube era importante para ela, então não sei dimensionar a alegria que ela ficou quando eu vim para cá. É muito bacana, estou vivendo um momento maravilhoso na minha vida. Ela grávida agora ainda, parece que as notícias boas e as bênçãos vieram todas de uma vez', diz Paulo Roberto, do Corinthians
Como será para você voltar ao estádio como jogador do Corinthians?
Não posso falar que não tenha esperado por isso. Estaria mentindo. É uma coisa que eu venho ansiando há um tempo, que é jogar nesse clube, vestir essa camisa. Já vislumbrava em alguns pensamentos de estar jogando nesse estádio. Realizar isso hoje é muito de Deus, tenho que agradecer. Pedi para estar aqui e viver esse momento é incrível.
Por que seus pensamentos eram de jogar no Corinthians?
Cara, eu não sei. Minha esposa tem muita responsabilidade, porque é louca pelo Corinthians. Puxou um pouco por isso. Porque tem muitos clubes que eu poderia almejar jogar, mas justo do Corinthians que eu pedia nas minhas orações e aconteceu. Então não tem como falar que não foi Deus.
Como se chama sua esposa fiel?
Bárbara. Bárbara fiel. Essa é fiel mesmo (risos). A gente namorava e eu lembro quando o Corinthians foi rebaixado, ela chorou muito. Naquela época eu vi como o clube era importante para ela, então não sei dimensionar a alegria que ela ficou quando eu vim para cá. É muito bacana, estou vivendo um momento maravilhoso na minha vida. Ela grávida agora ainda, parece que as notícias boas e as bênçãos vieram todas de uma vez.
É a realização de um sonho, mas uma responsabilidade grande de defender o Corinthians. Como incorpora isso?
Estou levando como um desafio da vida, não da minha carreira. Acho realmente que essa seja a oportunidade da minha vida. Pela grandeza, a história, tudo o que o Corinthians representa. Não vou te dizer que isso é um peso, mas temos que carregar, porque é um clube onde a torcida é muito apaixonada, a cobrança é muito grande e já senti isso na minha chegada (risos). Eu lidei muito bem, porque os jogos que eu fiz correspondi. Essa pressão até me ajuda a ficar mais ligado e concentrado no que fazer.
Na época da sua contratação houve uma oposição muito grande por parte da torcida. Como foi isso para você?
Uma parte da culpa foi minha, porque ano passado não foi minha melhor temporada, eu assumo. Acho que vim para o Corinthians pelo que eu posso render, pelo potencial, mas não caí aqui de paraquedas. Se estou é porque mereci estar aqui, Deus me capacitou para isso. Não esperava que a citação ao meu nome fosse tão ruim, porque sei do meu potencial, sei do que posso fazer. Mas o Carille me deu confiança, o grupo me acolheu, e isso deixa tudo mais fácil. Assim que eu pude entrar em campo e nos treinamentos fui bem, isso me deu muita confiança.
E o desafio de queimar a língua do pessoal continua...
Sim, cara. Nem Jesus conseguiu agradar todo mundo, então também não vou conseguir. Mas prometo me dedicar ao máximo nos treinos e nos jogos. Se eu puder dar carrinho de cabeça, vou dar. É um sonho estar aqui e não vou desistir disso fácil.
Você diz que seu último ano não foi tão bom. O que aconteceu?
Joguei em dois clubes no ano passado. No Bahia eu não estava feliz, e vou levar isso para mim. O projeto que me apresentaram foi bacana, a torcida é apaixonada, mas infelizmente não deu liga. Às vezes não dá certo, a gente erra em algumas coisas e vai pesando. Já no Sport joguei até bastante jogos, praticamente todo o segundo turno, e só fiquei fora por uma lesão. Acho que fui muito bem em alguns jogos, mas não mantive regularidade. E um jogador para jogar na Primeira Divisão precisa manter um alto nível que eu não consegui manter. Me culpo por isso, poderia ter feito mais. Mas os erros cometidos antes não vou repetir, tenho me dedicando mais nos treinos e na alimentação para conseguir fazer bem o que sei. Mas é um aprendizado grande que tive, agradeço a Bahia e Sport, não tenho mágoa nenhuma. A maioria dos torcedores me deu força, disse que queriam que eu continuasse. Mas o mundo gira, a bola rola e hoje estou focado no Corinthians, tenho certeza que dará certo.
A ideia é retomar aquele Paulo Roberto que ficou três anos no Figueirense, que marcou seu nome no clube e foi monitorado pelo Corinthians?
Essa é a ideia. Tive três boas temporadas no Figueirense, fui muito feliz lá, e espero repetir aqui. Sei a chave disso. É pedir proteção a Deus para que eu não me machuque e que ele conduza essa minha vida aqui no Corinthians da melhor maneira.
Você chegou a jogar com o Paulinho, né?
Joguei com ele muito tempo na base do Audax, que na época era Pão de Açúcar. Jogamos na base, depois ele foi para a Lituânia, voltou, jogamos a Bezinha, A3, aí ele foi para o Bragantino e estourou. Ele era lateral-direito ainda, mas já notava que ele era diferente, fazia gols. E depois todo mundo conheceu.
E você, como seguiu sua carreira depois do Audax?
Eu rodei bastante. Do Audax passei pelo Guarani e até tive uma sondagem do Corinthians em 2010. Mas não concretizou, fui para o Atlético-PR e lá tive uma lesão no tornozelo que fiquei um ano e quatro meses parado, sofri bastante. Depois voltei ao Audax, subimos para a Série A1 já com Fernando Diniz, aí fui emprestado à Ponte Preta, Figueirense por três temporadas, daí Bahia, Sport e agora o Corinthians.
E por que sempre mantém o vínculo com o Audax?
Porque eu cheguei lá com 16 anos. E a gente sempre vivendo ali, tinha o CT no Morumbi, minha vida foi ali, oito anos ali. Não sei. As coisas vão acontecendo e toda vez que assino com um clube aumento meu vínculo lá. São pessoas que são corretas comigo, é bacana, tenho um alicerce ali.
E agora para encerrar, o que espera para o seu ano no Corinthians?
Eu tenho um ano para provar que posso ser jogador do Corinthians. Meu pensamento nunca foi de fazer um bom campeonato aqui e ser vendido para o exterior, para a China, esses lugares aí. Meu pensamento é firmar raízes no Corinthians, se Deus quiser marcar meu nome na história do clube. Não teria história melhor para contar. Quero ficar aqui muito tempo. Sei que não vou conseguir agradar todo mundo, mas farei o máximo para honrar as cores do Corinthians em todos os jogos que eu atuar.
E já tem filhos ou será o primeiro?
Tenho uma menininha, Valentina, de dois anos. E esse é o segundo.
Já tem nome?
Ainda não. Descobrimos um dia antes de eu vir para o Corinthians. Foi de Deus. A gente nem esperava, então não sabe nem o sexo ainda. Mas o que vier, que venha abençoado.
Só sabe que vai ser corintiano.
(Risos) Com certeza. Se depender da mãe já está de roupa do Corinthians dentro da barriga. E agora com o pai jogando no Corinthians não tem como torcer para outro clube.
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