Três dias após encerrar sua participação no Campeonato Brasileiro, o Corinthians já teve de encarar um desafio de Série A, mas pelo Paulistão. O adversário foi o Red Bull Bragantino, embalado pela campanha no nacional e um dos favoritos ao título estadual. E o balanço desse primeiro teste foi a impressão de que o Timão terá dificuldade para brigar na competição.
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Com mudanças provocadas por lesão e outras por opção de Vagner Mancini, o Alvinegro entrou em campo bem modificado, sendo o principal destaque o garoto Rodrigo Varanda, que fez sua estreia na equipe profissional. Esse é mais um dos exemplos de qual será a filosofia corintiana para 2021. O atacante fez um bom primeiro tempo e mostrou personalidade, o que podemos dizer que é um sinal positivo nesta fase de reformulação e de promoção de jovens.
Mas nem essa atuação de personalidade foi capaz de ajustar o ataque do Corinthians, que completou o quarto jogo sem balançar a rede do adversário. Dessa vez, o problema nem foi o desperdício de oportunidades, mas sim a construção delas. Com Cazares e Gustavo Silva no banco, provavelmente preservados para enfrentar o Palmeiras, a criação foi muito fraca.
Para se ter uma noção, o Timão não conseguiu acertar um chute no gol, de acordo com os dados do SofaScore. Foram seis finalizações para fora, sendo que no segundo tempo registrou apenas uma, com Gabriel Pereira. A segunda etapa, aliás, a equipe foi inofensiva, completamente dominada pelo Bragantino e errando muitos passes, como o próprio Mancini reconheceu em coletiva.
Está certo que o Corinthians enfrentou logo de cara um dos times mais fortes do campeonato e que certamente brigará pelo título, mas essa amostra em Bragança é preocupante. Se a tendência for repetir atuações como essa e com essa falta de peças de reposição, a dificuldade na competição será grande. Até porque as últimas apresentações no Brasileirão foram medíocres.
A esperança é que os bons jovens valores possam ter espaço, tempo e tranquilidade para serem os agentes dessa reconstrução corintiana. Se isso não acontecer, essa falta de perspectiva por coisas maiores vai persistir por temporadas a fio. Que os dirigentes sigam conscientes de que essas atuações fazem parte do processo para um futuro melhor, mas não só eles, os torcedores também precisam ter essa consciência, para não ficar pior.