Rejeição? Oswaldo lembra dos títulos no Timão, fala em prazer e pede apoio
Contratado até dezembro de 2017, Oswaldo de Oliveira se apresenta ao Corinthians com discurso firme: ele citou identificação do passado e contestou críticas a trabalhos recentes
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Confirmado como novo técnico do Corinthians, Oswaldo de Oliveira falou grosso em sua apresentação, realizada na tarde desta sexta-feira. Aos 65 anos, o profissional assinou contrato até o fim de 2017 e apareceu na sala de imprensa do CT Joaquim Grava ao lado do presidente Roberto de Andrade, que mostrou confiança em sua escolha para o comando. Oswaldo está na terceira passagem pelo Parque São Jorge e não demonstrou incômodo a respeito da oposição de parte da torcida ao seu nome.
- Vim para trabalhar como treinador, política quem faz é o presidente Roberto e sua equipe. Mas enquete é uma coisa dúbia para mim. Sou campeão paulista, brasileiro e mundial aqui dentro. Desde sempre ouço em São Paulo, no Brasil, em Londres, no Japão, um agradecimento de corintianos, obrigado por 2000. É o que sempre ouvi. Para mim não faz sentido enquete. O Corinthians tem um momento de desquilíbrio que precisa superar e estou aqui para isso, para ajudar. Corintiano que é corintiano tem que somar, ajudar e participar positivamente. Torcida sempre contestou, mas a imagem na minha cabeça é do dia 14 de janeiro de 2000, no Maracanã, 25 mil corintianos cantando a origem do "Todo Poderoso Timão". Para mim é isso que tenho encontrado há 16 anos e minha expectativa é essa, porque comecei minha carreira aqui, sempre disse que foi um divisor de águas. Fui campeão de três grandes torneios em nove meses... Esse ambiente tem que ser favorável - disse Oswaldo.
O treinador dirigiu o Timão em 114 partidas entre 1999 e 2000, anos em que foi campeão paulista, brasileiro e mundial, e 2004, quando o sucesso não se repetiu. Ele chega um mês depois da demissão de Cristóvão Borges e terá a missão de reconquistar a torcida, insatisfeita com o rendimento da equipe desde a saída de Tite do comando.
- O Tite é o melhor técnico do mundo. Mas quando o time andou mal até o Tite andou contestado. Nós jogamos em 2012 e 2013 contra o Corinthians e era o time de Guerrero, Sheik, Paulinho, Ralf, Paulo André, enfim, um timaço. Depois se transformou em outro timaço, com Jadson, Renato Augusto, Love, timaço em cima de timaço. Mas houve mudanças de elenco, precisa-se entrosar, ganhar e transformar em título. Mas como as vitórias não estão vindo até meu xará Osvaldo Brandão seria vaiado. Mas essas vaias precisam acabar, senão vão vaiar por mais tempo. É hora do apoio. Quem ama o clube não vaia, não descredibiliza, não vaia jogador - diz Oswaldo, em referência às vaias recentes da torcida contra o técnico Fabio Carille e o volante Willians.
Oswaldo trará à comissão técnica do Corinthians os auxiliares Luiz Alberto e Thiago Larghi e o preparador físico Ricardo Henriques. Ele também será apoiado por Fabio Carille e Fernando Lazaro e já estreia neste domingo, às 18h30, contra o América-MG, pela 31ª rodada do Brasileirão.
CONFIRA OUTRAS DECLARAÇÕES DA APRESENTAÇÃO DE OSWALDO:
TRANSIÇÃO DE FABIO CARILLE: "A gente já conversou longamente no vestiário, por enquanto eu vou seguir à risca o que o Fabio está me passando e gradativamente, quando tomar conhecimento de tudo, dos jogadores, posicionamento, reposição, aí vou passar a tomar decisões mais de cunho individual. Mas nesse momento seria insensato chegar e tentar mudar alguma coisa, até porque acompanhei os últimos jogos do Corinthians e a equipe melhorou bastante. No domingo já fico à beira do gramado".
ÚLTIMOS TRABALHOS CRITICADOS: "Ontem eu estava vendo televisão, zapeando, e vi o Guilherme dando entrevista e parei para ver na ESPN, onde se falou dos meus últimos trabalhos. Disseram que meu último bom trabalho no Botafogo, mesmo com problemas e salários atrasados fomos à Libertadores e fomos campeões. As pessoas só esquecem de dizer que era o segundo ano do meu trabalho no Botafogo, trabalhei em 2012 e 2013. Foram dois anos. Depois disso tive trabalho interrompido injustamente no Santos, ninguém entendeu nada, no Palmeiras e no Flamengo, ano passado, que fui para terminar a temporada, preparando, indicando nomes para 2016 e a duas rodadas de terminar o Brasileiro fui demitido sem explicações. Trabalhos de três, cinco ou seis meses não têm consistência mesmo. Eu acredito nos cinco anos de Japão com nove títulos, nos dois de Botafogo, com título e vaga na Libertadores. Quando há sequência, tempo para trabalhar, o Oswaldo ou qualquer outro vai conseguir resultado.Mas quando ingerências políticas interferem nenhum treinador será bem entendido. Por isso discuto muito essa coisa de que meus últimos trabalhos foram ruins".
MÁ FASE DA DEFESA DO CORINTHIANS: "Toda equipe começa pela defesa. Em todos os cursos que fiz minha vida inteira ao longo de 42 anos de carreira, todos os treinadores que vi falar de futebol colocavam defesa como princípio básico. Nosso princípio é esse. Mas o Corinthians é ganhador, e temos que jogar para fazer gol também".
NECESSIDADE DE REERGUER O CORINTHIANS SEM TER IDO BEM NO SPORT: "Você viu o jogo do Sport aqui? O resultado da equipe não depende só do treinador, depende do clube, do trabalho que vem sendo feito. Me levaram para tentar consertar e todo fala que o Sport joga bem. Eu sempre escuto comentaristas falando que o Sport está melhor no jogo, contra Corinthians, Fluminense... Sempre joga bem. Mas uma equipe não é só treinador, você não pode ser avaliado só por resultados. Vá a 2006, 2007, aos anos no Japão, vá ao Botafogo... Lá houve trabalho, sequência. Depois tive foram coisas seccionadas, sem conteúdo, sem sequência. O término não poderia ser como todos esperavam".
COMO FAZER DIFERENTE DE CRISTÓVÃO? "Não sei, estou vendo, estou em transição, conversando com Fabio, Alessandro, Fernando, Mauro, jogadores, vou conversar muito para saber no que é que podemos fazer melhor, como melhorar a defesa. Vamos trabalhar. Mas trabalho em futebol tem que ter apoio, participação. Quem ama o clube não vaia, não descredibiliza, não vaia jogador. Temos que ir juntos, como sempre foi. Tínhamos jogado em 23 de dezembro a final do Brasileiro e no dia 14 estávamos no Mundial. Se não fosse a força lá de trás, dos 20 mil corintianos empurrando a gente, não conseguiríamos levar aquele jogo aos pênaltis. Resistimos 120 minutos e fomos campeões por causa da pressão dos corintianos no Maracanã. É o que espero aqui. Se não for assim fica mais difícil, pode ter certeza".
SOBRE FABIO CARILLE: "O Fabio está muito bem recomendado para mim, primeiro porque é amigo de infância do meu grande amigo Fernando Diniz. É um elo inestimável. E uma pessoa que trabalha no Corinthians tem aspirações, e ele vai se tornar treinador aqui ou em outro lugar. Vamos fazer o Corinthians crescer juntos".
SEGURANÇA NO CORINTHIANS: "Não quero garantia, quero trabalhar pensando em dar sequência. Estou com meu presidente do lado, você deveria fazer essa pergunta a ele. Minha intenção é iniciar trabalho agora e preparar para o ano que vem. Meu contrato é até o fim de 2017".
DISPUTA ENTRE CÁSSIO E WALTER: "Os dois têm a possibilidade de titularidade. Venho vendo o Walter jogar muito bem e o Cássio está voltando de lesão. Quem estiver melhor vai jogar".
SAÍDA DO SPORT: "Minha saída foi muito gentil, muito compreendida, eles entenderam, conversamos bastante. São pessoas que admiro muito, presidente Martorelli, Arnaldo Barros, Maluf, todo mundo. Continuo me comunicando com eles, criou-se um elo, uma amizade, mas o futebol tem intercorrências. Agora estou no Corinthians, vinha observando jogadores no Campeonato Brasileiro, temos conversado bastante sobre o assunto com o Alessandro e o presidente e vamos trabalhar nessa direção. Vamos procurar enriquecer o elenco do Corinthians dentro das possibilidades oferecidas".
CURRÍCULO: "Depois do Tite, modéstia à parte, que mais realizou no Corinthians fui eu. Pelo menos merecia mais respeito das pessoas. Mas agora é trabalhar muito para fazer com que todos os corintianos acreditem a equipe e me ajudem a conseguir o que mais gostam, que são títulos".
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