Rogério Ceni deu ‘golpe de misericórdia’ na dinastia de Andrés Sanchez no Corinthians
Ídolo de rival e técnico do Bahia impôs goleada sobre o Timão na véspera da eleição
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Após 16 anos, o grupo político “Renovação e Transparência”, liderado por Andrés Sanchez, não comandará o Corinthians. Um dia antes desse cenário se confirmar, Rogério Ceni, ídolo do rival São Paulo, deu duro golpe no Timão.
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Candidato da situação, André Luiz Oliveira, o André Negão, foi derrotado na eleição presidencial do clube alvinegro realizada neste sábado (25). Isso aconteceu 24 horas depois do Timão ser goleado por 5 a 1 para o Bahia, dirigido por Rogério Ceni, a pior derrota da história corintiana na Neo Química Arena.
Rogério nunca havia vencido na arena corintiana, seja como atleta ou treinador, e conseguiu em um momento que deixou a eleição do clube alvinegro ainda mais tensa. Os dias que antecederam o pleito eleitoral tiveram fortes acusações de ambos os lados e um ataque à sede social do Corinthians na madrugada de sexta-feira (24), que foi atingida com sete tiros.
Após o vexame contra o Tricolor baiano, houve um protesto duro da torcida, sendo que algumas pessoas tentaram invadir o setor dos camarotes da diretoria.
Nos 16 anos em que a “Renovação e Transparência” comandou o Corinthians, Andrés Sanchez foi presidente em sete. O grupo assumiu o clube em 2007, pouco antes do rebaixamento à segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Andrés foi o candidato que sucedeu Alberto Dualib, que estava com a imagem arranhada após os escândalos com a MSI.
Inicialmente, foram dois mandatos (2007 a 2009 e 2009 a 2011), quando ele "passou o bastão" para Mário Gobbi, que posteriormente se tornou inimigo político de Andrés e seu grupo, mas voltou a se aliar na disputa eleitoral de 2023.
Roberto de Andrade e Duílio Monteiro Alves, que deixará o cargo em dezembro, também foram presidentes eleitos pelo coletivo. Ambos ocuparam cargos de confiança em gestões anteriores até chegarem ao cargo máximo na diretoria executiva.
Em 2018, Andrés voltou à presidência, já com o Estatuto não permitindo mais reeleição, mudança feita durante os primeiros anos de mandato do próprio. Mas diferentemente das glórias do seu primeiro período à frente do clube alvinegro, promovendo um processo de reconstrução, a segunda gestão ficou marcada com o aumento do endividamento do clube, que chegou próximo a R$ 1 bilhão.
Além das dívidas, a falta de títulos foi um grande motivo para que a “Renovação e Transparência” perdesse prestígio no Corinthians. O último foi justamente com Andrés: o Paulistão de 2019. Em termos nacionais, o último caneco levantado pelo Timão foi o Brasileirão de 2017.
Atual presidente, Duílio Monteiro Alves buscou focar na gestão administrativa. No entanto, os erros no futebol fizeram com que terminasse o mandato sendo o primeiro presidente do clube desde 1987 sem gritar "é campeão" uma vez sequer.
Para piorar, a temporada atual pode ter o Corinthians rebaixado para a segunda divisão. Ainda que as chances não sejam grandes, a goleada sofrida para o Bahia ligou de vez o sinal de alerta para os alvinegros sobre a possibilidade do descenso. Fora que a equipe passou toda a competição flertando com o Z4 e agora, a três rodadas do fim da competição, ainda não se livrou totalmente do perigo.
Desta forma, com Rogério Ceni colocando a última pá de cal em um histórico recente negativo, o grupo político de Andrés Sanchez no Corinthians pode terminar da mesma forma que iniciou, em 2007: na segunda divisão e "pedindo socorro" para se reerguer.
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