Em dezembro de 2018, o Corinthians anunciou a contratação de Ramiro junto ao Grêmio. Na época foi tratado como um grande negócio pelo clube por se tratar de uma operação sem custos e da adição de um jogador jovem com potencial de lucro futuro. Mas ficou a dúvida se o ex-gremista veio mesmo de forma gratuita. Cerca de um ano e meio depois, com a balanço financeiro corintiano em voga, o assuntou foi retomado e o LANCE! explica a transação.
Quando Ramiro estava no Grêmio, 70% de seus direitos econômicos pertenciam ao empresário Giuliano Bertolucci e foi justamente essa parte que o Timão adquiriu, após acertar com o jogador e com o clube gaúcho a liberação dos direitos federativos. A compra, no entanto, não foi feita com valores no presente, ou seja, realmente não saiu dinheiro dos cofres corintianos para isso.
- O Ramiro o Grêmio tinha 5%, ele fez um acordo com o Grêmio na negociação que nós fizemos com o Juninho (Capixaba), e nós adquirimos a parte total do Grêmio e mais alguma coisa do Ramiro. Se nós vendermos lá para frente, tem que pagar 3 milhões de dólares pro Ramiro e demos 500 mil dólares de luvas. Não pagamos nada para o Grêmio - explicou Andrés Sanchez em entrevista ao "Meu Timão", durante a última semana.
O negócio foi feito da seguinte forma: caso Ramiro receba uma proposta equivalente a 3 milhões de dólares (R$ 17,2 milhões na cotação atual) e o Corinthians não queira vender, terá de desembolsar esse valor ao empresário. Em caso de proposta maior do que essa, algo como 4 milhões de dólares (R$ 22,93 milhões na cotação atual), e ela interesse ao clube, terá um lucro de 1 milhão de dólares (R$ 5,73 milhões na cotação atual).
Mesmo assim, no balanço financeiro, é possível ver o custo total de Ramiro, ou seja, salários, luvas e o que foi gasto para a compra: R$ 19,688 milhões. Segundo apurou o LANCE!, para fins contábeis é possível considerar o valor equivalente à aquisição feita, no caso 3 milhões de dólares, mesmo que não se tenha desembolsado um centavo naquele momento.
Em um exemplo bem raso, se você ganhar um carro no valor de R$ 80 mil, mesmo sem ter pago nada por ele, precisará declarar o seu valor no imposto de renda. Afinal, trata-se de um bem que poderá ser transformado em dinheiro em algum momento. No caso dos jogadores, não há depreciação como nos automóveis e pode haver uma valorização, conforme o tempo passar.
É nisso que o Corinthians se baseou quando comemorou a contratação de um jogador que prometia dar retorno esportivo a um custo baixo naquele momento. Se Ramiro ficar valorizado, despertar o interesse de outro clube e for vendido por uma quantia que o Timão considere suficiente, não só abaterá o valor acordado com o jogador e seu empresário, como também haverá lucro.
Ramiro teve um bom início de temporada sob o comando de Tiago Nunes, porém se machucou no fim de janeiro e desde então não atuou mais em 2020. Pouco antes de ocorrer a paralisação das competições, ele já estava treinando com bola com os companheiros, mas não houve tempo para retornar. Durante o isolamento, provocado pela pandemia de coronavírus, ele completou 100% de sua recuperação clínica e trabalha para manter a forma física no período.