Corinthians tem atuação interessante e postura digna do tamanho do clube

A suposta "entrega" por parte de uma instituição da enormidade do Timão, em um ano em que a necessidade é adquirir confiança, foi algo rapidamente descartado com o apito inicial

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Quais daqueles torcedores ou analistas mais fanáticos não desconfiaram de uma suposta entrega do Corinthians para o Novorizontino a fim de prejudicar o Palmeiras? Muitos, não é? Acontece que a atuação do Timão dentro de campo destruiu essa hipótese e mostrou um elenco digno da enormidade do clube. Para completar, o jogo ainda trouxe coisas valiosas para o trabalho de Mancini.

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Já garantido nas quartas de final do Paulistão e sem se preocupar em perder a liderança do grupo, o Alvinegro foi para a Neo Química Arena sem pressão, podendo jogar um futebol mais solto e foi isso que a equipe escolhida pelo treinador fez durante os mais de 90 minutos do duelo. Com a ausência dos titulares, poupados, quem entrou mostrou valor para poder ser utilizado.

Fica até feio chamar de "reserva" um time com Bruno Méndez, Gil, Fábio Santos, Camacho, Mateus Vital e Jô, mas essa é a condição atual deles pelo que têm mostrado as escalações de Vagner Mancini. A questão é que boa parte deles pôde mostrar que a condição é subjetiva, pois se houver esse equilíbrio entre "reservas" e "titulares", quem vai ganhar, nesse caso, é o Corinthians.

No entanto, não foram apenas os veteranos que puderam mostrar serviços. Os jovens também se destacaram, como Mandaca, que estreou no último domingo. O volante atuou improvisado na lateral direita e fez um jogo pra lá de consistente, com direito a gol da vitória. Já Matheus Donelli, Roni e Gabriel Pereira mostraram muita segurança em suas funções e passaram no "teste".

Além da parte esportiva, que deixou uma ótima impressão, o quesito dignidade foi um destaque altamente positivo. Mesmo com a pressão de fora vinda de alguns corintianos (ou não) para "entregar" o jogo para o Novorizontino, o elenco passou ao largo disso e fez o que a história do Corinthians pede, que é vencer e honrar a camisa que vestem. Mas também, tolos aqueles que acham que neste momento do clube alguém cogitaria cometer tal atrocidade.

Em um ano de reconstrução e de adaptação dos jovens no elenco principal, o Timão não pode ter o luxo de "perder" para qualquer equipe. Todas as vitórias servem para construir a confiança desde os garotos até os mais velhos, que precisam de afirmação. Imagine a importância dessa partida para Mandaca e o que representa marcar um gol em sua estreia pelo Corinthians, principalmente sendo na Neo Química Arena. Não há preço ou rivalidade que pague por isso.

Com um calendário apertado, que vai exigir, mais do que nunca, um elenco forte e homogêneo, Vagner Mancini deve ter ficado feliz com o que viu em campo, ainda mais nas partidas decisivas que virão nas próximas semanas. A confiança adquirida também deve ter sido motivo de comemoração no vestiário e entre os deuses corintianos, que agradeceram tamanha dignidade.

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