O início de temporada do Corinthians tem sido agitado. Mudança na comissão técnica, novo estilo de jogo, dois clássicos em menos de 15 dias e uma eliminação precoce na Copa Libertadores. Diante de tudo isso, o elenco busca se reinventar para ser competitivo em 2020. Em entrevista ao L!, o zagueiro Gil deu sua opinião sobre o início de trabalho de Tiago Nunes e falou sobre os desafios do clube após a queda no torneio continental.
- Claro que a gente não queria e lutamos muito para buscar essa vaga, mas não podemos ficar pensando nisso mais. Era um objetivo muito grande da temporada, mas infelizmente não foi possível. Tem que servir de lição e de aprendizado para não cometermos outros erros - explicou o zagueiro, que voltou a utilizar a camisa 4 neste ano, numeração usada em sua primeira passagem pelo Alvinegro (2013 - 2015).
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Pela frente, o Corinthians tem o Campeonato Paulista - competição em que busca um inédito tetracampeonato -, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro. A expectativa é de que, com o passar do tempo, o time adquira entrosamento, entenda as ideias propostas por Tiago Nunes, cresça de rendimento e seja uma das principais forças do país ainda nesta temporada.
Questionado sobre uma possível pressão adicional por conta da queda na Libertadores para o Guaraní-PAR, Gil argumentou que não vê a situação do Corinthians desta forma e que elenco e comissão técnica têm plenas condições de provarem seu valor ao longo da temporada.
- Pressão não vejo, mas com certeza vamos ter que provar a cada jogo que temos condições de ir longe nas competições e vamos trabalhar muito para isso - esclareceu o defensor, titular em nove das dez partidas do Corinthians neste início de 2020.
No próximo sábado, às 15h, Gil volta a campo para defender o Timão. Na ocasião, a equipe visita o Água Santa, em Diadema, em partida válida pela 7ª rodada do Paulistão. Uma vitória corintiana é necessária, já que a equipe ocupa a segunda colocação do Grupo D, com oito pontos ganhos em 18 disputados.
Confira a entrevista completa do zagueiro Gil:
LANCE!: O Corinthians tem passado por mudanças. A chegada do Tiago Nunes fez com que o conceito de jogo do clube fosse outro, mais ofensivo. Como tem sido esse processo de mudança para você?
GIL: Realmente existe uma mudança e toda mudança leva algum tempo para a gente se acostumar. Temos trabalhado muito no dia a dia para evoluir e isso tem sido mostrado dentro de campo. Hoje a gente propõe mais o jogo, então acabamos ficando mais com a bola e participamos mais da partida. Todos precisam participar muito, mas ao mesmo tempo também precisamos estarmos atentos no momento de defender, que é a nossa principal responsabilidade.
Com o novo estilo, os defensores passaram a ficar mais em evidência por conta da saída de bola - algo que o Tiago Nunes vem cobrando bastante. O que mudou no seu jogo e no seu posicionamento com essa cobrança?
Muda que a gente acaba participando mais na saída de bola mesmo. Começa muitas vezes ali com a gente e precisamos sempre dar opção. O time tem essa característica de não dar chutão e sair com passes curtos desde o setor de defesa. Temos trabalhado muito isso, seja com zagueiros, laterais ou volantes. Precisamos estar atentos, observar bem o jogo e procurar as melhores opções. O posicionamento é mais de sempre procurar dar opção de passe, mas também já era algo que procurávamos fazer. Hoje, acontece com um pouco mais de frequência.
Por anos, o Corinthians ficou marcado pelos bons sistemas defensivos que construiu - alguns deles com você como protagonista. Neste ano, em dez jogos já foram dez gols sofridos, um número que é alto para os padrões do clube. O Corinthians tem ficado mais exposto? E, se sim, como encontrar um equilíbrio nesse novo estilo de jogo?
É um início de trabalho e também início de uma mudança de filosofia. Conseguimos, por exemplo, não sofrer gols em clássicos importantes contra Santos e São Paulo, o que é relevante. Temos que seguir trabalhando para buscar o melhor equilíbrio. Não dá pra dizer que fica mais exposto, até porque a gente acaba propondo mais a partida e, na maioria das vezes, tem mais posse. É questão mais de ajustes e também de entrosamento com os novos jogadores que chegaram.
Nesse começo de ano você tem um novo parceiro na zaga: o Pedro Henrique. É um jogador que ainda lida com a desconfiança da torcida, mas tem feito um bom início de temporada. Como tem sido essa parceria com ele? Você vê uma evolução no Pedro?
Com certeza ele evoluiu muito e tem muita qualidade. E vai continuar crescendo, pois trabalha muito para isso. Temos buscado o melhor entrosamento, assim como com os outros, como aconteceu com o Bruno (Méndez) na última partida, por exemplo. São todos jogadores de qualidade e em busca de encontrarmos o melhor entrosamento, o que passa pelo estilo de jogo também.
Você tem conversado com seus ex-companheiros que ainda atuam no futebol chinês? Quais são as notícias que você tem recebido de lá?
Falo sim com o pessoal lá. Fiz grandes amigos em mais de três anos na China. A gente acompanha de longe e vê a situação, né. É algo que nos deixa triste e esperamos que possa ser resolvido da melhor maneira. É uma situação que acaba impactando em todo o mundo, as medidas cabíveis estão sendo tomadas e espero que tudo possa ser resolvido o quanto antes.
O Corinthians foi eliminado da Libertadores de uma forma muito precoce. O quanto isso pode atrapalhar o trabalho de vocês para o restante do ano? Cria uma pressão a mais?
Claro que a gente não queria e lutamos muito para buscar essa vaga, mas não podemos ficar pensando nisso mais. Era um objetivo muito grande da temporada, mas infelizmente não foi possível. Tem que servir de lição e de aprendizado para não cometermos outros erros. Pressão não vejo, mas com certeza vamos ter que provar a cada jogo que temos condições de ir longe nas competições e vamos trabalhar muito para isso.