O técnico Tiago Nunes foi apresentado nesta segunda no CT Joaquim Grava como novo técnico do Corinthians. Com contrato válido até o fim deste ano, o treinador já promoveu mudanças radicais no elenco, abrindo mão de Ralf e Jadson, prometeu um estilo de jogo que equilibrado, mas com uma proposta ofensiva, e falou em realizar um sonho profissional ao assumir o clube do Parque São Jorge.
- Primeiramente, venho cumprimentar o Duílio, o Kalil, o Andrés. Quero agradecer a oportunidade de iniciar os trabalhos no Corinthians. É um sonho que se realiza, pelo fato de que todo mundo sempre pensa em jogar ou estar próximo ou participar de alguma maneira dos principais clubes do mundo. É um motivo de honra, satisfação e muito prazer. Espero corresponder à altura à expectativa dos torcedores. Que possamos juntos construir um ano de muito trabalho, muita dedicação - comentou o treinador.
Durante a entrevista coletiva, Tiago prometeu uma equipe mais ofensiva, com posse de bola, mas obedecendo as características do elenco corintiano.
- Durante minha trajetória consegui vivenciar inúmeros estilos de jogo. Mais ofensivo, mais defensivo, jogo de ligação direta, de aproximação. O que mais me agrada é o jogo que a gente consegue ter mais a bola, ser mais propositivo. É um jogo mais vistoso para o torcedor. Você vai vendo se o modelo vai se encaixar, as características dos jogadores. Minha ideia hoje é fazer essa equipe ofensiva, mas nada me impede de colocar outro formato de jogo ao longo da temporada - disse.
O novo comandante do Corinthians, que assinou contrato até dezembro deste ano, comentou também sobre as movimentações do clube no mercado da bola. Segundo ele, alguns atletas foram indicados.
- Em termos de organização do clube e a construção do plantel. Tivemos algumas indicações de atletas. Essa participação foi conjunta. A diretoria fez o máximo esforço possível. Sabe-se que o mercado nesse período é muito difícil, muito competitivo.
Veja outros assuntos da entrevista de Tiago Nunes
Base
- Vejo com bons olhos. Que fique claro quais são os atletas de maior projeção. Não queremos ficar em um achismo, vamos criar uma linha de sucessão. Vai ficar claro isso no clube. Hoje, temos em média seis atletas que foram formados no Corinthians. A ideia é ter jogadores formados aqui e vamos analisar quais são os nomes que têm condições de estarem na equipe principal.
Mudança de estilo de jogo
- Existe uma base de trabalho de muito tempo. Um grupo maduro está acostumado com esse tipo de pressão. Chego tranquilo de que tenho um grupo qualificado para enfrentar esse tipo de desafio. Toda comparação é ruim. Sempre acreditei que o melhor modelo é o que vence de maneira equilibrada. Como falei antes, já vivenciei muitas situações diferentes. Você tem que ter o entendimento de agir de forma mais equilibrada, algo que o Corinthians fez com maestria durante muito tempo. Esse trânsito por várias vertentes do futebol é algo que vejo com naturalidade. Meu papel é fazer o grupo acreditar que podemos ser um grande time. Vamos enfrentar grandes desafios, vamos vencer, vamos perder e vamos conquistar maturidade para nos tornarmos uma equipe vencedora. Teremos várias oportunidades de ver essa equipe em campo. Espero que haja o espírito de uma equipe competitiva.
Libertadores
- Estamos encarando com muita seriedade. Esse período é fundamental para nós. Temos que ser competitivos para encararmos esse tipo de competição.
Primeira conversa com o elenco
- A primeira conversa com todos foi hoje. Para mim, o jogo é uma extensão do que vivemos no nosso dia a dia. Me preocupo com isso. A minha primeira mensagem para eles foi ter a humildade de entender novas ideias. Que os mais novos ouçam os mais velhos e que os mais experientes entendam que o ciclo deles não se encerrou. Sempre há lugar para melhora. Alguns jogadores falaram. Chego para ser um facilitador, colaborar com o Corinthians e conseguir resultados.
Filosofia de jogo
- A filosofia que está aqui há bastante tempo, é algo que sofreu variações. O jogo não é feito apenas do momento ofensivo, às vezes esquecemos que temos que nos defender bem. O equilíbrio para mim é fundamental. Não posso me responsabilizar com quanto tempo vai demorar para buscarmos essa identidade.
Campeonato Paulista
- Geralmente, o estadual não é muito valorizado, mas acaba tendo importância no fim do ano. Existe uma diferença técnica significativa entre o Paranaense e o Paulistão, é normal isso. Ao mesmo tempo é uma preparação muito boa. Tem um lado difícil, mas também tem a questão de competir com os melhores.
Sidcley e Danilo Avelar
- Não treinei ele (Sidcley) no Athletico. A exemplo do Michael, ele estava na lista com outros nomes. A diretoria tem feito o máximo de esforço possível para contratar esses jogadores, mas às vezes não é possível. Há opções no mercado. Há a possibilidade do Danilo Avelar disputar a posição deles com os zagueiros. Ele manifestou isso no ano passado para algumas pessoas. Liguei para ele e dei um tempo para ele pensar sobre isso. São muitos anos jogando em uma posição. É necessário um tempo de adaptação. Ele topou o desafio. Ele vai disputar com os zagueiros. O Sidcley disputa com o Lucas Piton a posição na esquerda.
Cantillo
- É um organizador de jogo. Não é um atleta com muitos gols na carreira, mas tem um bom índice de assistências. É um jogador de posse de bola. Nossa expectativa é de que ele possa entregar no Corinthians o que vinha entregando no Barranquilla. É um jogador que virá para mudar a característica de jogo.
Sobre o posicionamento do Pedrinho
- Pedrinho tem condições de jogar pelos dois lados. Ele tem uma dificuldade pela questão física com os choques. Tem uma boa qualidade de assistência, de chute de média distância. Vai depender muito das sequências dos jogos para vermos onde ele vai poder disputar posição. O Pedrinho precisa se encaixar nesse perfil para entendermos onde ele vai render melhor.
Formação da nova comissão técnica
- Precisamos de boas pessoas adaptadas à metodologia. Além disso, capacitação técnica e maturidade para encarar o desafio que é ficar no Corinthians. São caras que têm capacidade para isso. Vieram dois auxiliares, um analista, um preparador físico e um preparador de goleiros.
Exposição no Corinthians
- Um dos mecanismos que uso para manter minha saúde mental é não ver nada. Não assisto, não leio. Procuro não assistir, procuro ficar com o que eu vejo no treino, com a conversas com os outros membros da comissão técnica. Encaro essa exposição com naturalidade. Quero ter uma vida leve até o final do meu ciclo no Corinthians.
Momento especial na carreira
- Me preparei muito para ter essa oportunidade. Errei muito na minha trajetória. Esses erros sucessivos acabam gerando um aprendizado. É lógico que só há aprendizado se você tiver humildade e olhar para trás. Quero ser o máximo verdadeiro com os caras. Tenho que ser o líder e muitas vezes dizer não. Me vejo como um cara maduro. As experiências que a gente acumula ao longo da vida nos trás isso. Já vi muitas coisas. Temos uma geração de atletas carentes e sedentos por conteúdo.
Comparação entre Athletico e Corinthians
- O Athletico era um momento de oportunidade de provação. Eu era um profissional com muita experiência, mas sem ter disputado a Série A. Peguei um trabalho em andamento e fiz mudanças pontuais. Conseguimos os resultados e vencemos a Sula. Em 2019, com mais calma, ganhamos a Copa do Brasil. Hoje, é um novo ciclo, um novo momento. Chego mais preparado, mais maduro. Tive a aceitação dos atletas.