A pandemia de coronavírus bagunçou o calendário brasileiro, não à toa clubes estão se reforçando no mês de novembro, que em outras temporadas "normais" significa o fim do ano. No entanto, em 2020, trata-se do início do segundo turno no Brasileirão, para o qual o Corinthians buscou mais dois reforços pontuais a fim de vislumbrar algo melhor do que na primeira metade.
Com 24 pontos em 19 rodadas, o Timão teve um de seus piores primeiros turnos na era dos pontos corridos. Nem mesmo a edição de 2007, a do rebaixamento, foi tão ruim em termos de pontuação. Naquele ano o Alvinegro registrou 26 pontos na primeira metade do campeonato. Mas pior do que os números, é o desempenho do time, que passou pela mão de três técnicos.
No entanto, nem Tiago Nunes, nem Dyego Coelho (interino), tiveram os pés tão fixados no chão e com tanta carta branca quanto Vagner Mancini. Desde que chegou, o novo treinador tem apresentado discursos extremamente realistas sobre a situação da equipe, as dificuldades e os objetivos na temporada, que agora se resume a apenas disputar o segundo turno do Brasileirão.
- Temos totais possibilidades de fazer um grande segundo turno, dentro do que é possível, porque todos nós enxergamos futebol e é importante que você vislumbre aquilo que pode acontecer, não adianta a gente ficar sonhando com coisas irreais, a gente tem que ser verdadeiro e eu sou verdadeiro nas cobranças e nas metas que eu passo aos jogadores, exatamente para que cada um deles possa elevar o seu limite e fazer com que o Corinthians pare de oscilar no campeonato e construa uma campanha mais sólida daqui para frente - declarou o treinador corintiano em entrevista coletiva.
E para buscar essa campanha mais sólida, a diretoria do Corinthians tem dado a Mancini alguns elementos essenciais para que o comandante consiga realizar esse objetivo, como reforços e a possibilidade de remanejar o elenco. Desde que chegou, o treinador já recebeu três contratações e afastou um jogador, e sabe que poderá fazer o mesmo com outros se assim achar necessário.
O primeiro reforço da "Era Mancini" foi Fábio Santos, uma indicação do próprio técnico, que trabalhou com o lateral-esquerdo no Atlético-MG. O jogador é muito bem avaliado dentro do clube pelo que já havia feito com a camisa corintiana. Essa sacada de Mancini foi muito elogiada pela diretoria e a ideia tem dado resultado dentro de campo, assumindo a titularidade absoluta.
Agora, chegam Jemerson e Jonathan Cafú, reforços pontuais para posições carentes no elenco. O zagueiro, considerado de nível de Seleção Brasileira, deverá fazer dupla com Gil assim que tiver as condições físicas adequadas. Já o atacante é mais um que passou pelo crivo de Mancini e será mais uma aposta do clube para a função de homem de velocidade que atua pelas pontas.
Com esses dois nomes e um treinador realista no banco de reservas, o Corinthians dá os primeiros passos para estabelecer um segundo turno que não se limite a brigar contra o rebaixamento, mas também a buscar uma vaga em alguma competição continental na próxima temporada. Se fora de campo as coisas continuam turbulentas, dentro dele Mancini tem tentado fazer diferente. Se deixarem o técnico trabalhar, o horizonte tende a ser melhor.