O Corinthians está com uma série de projetos para ajudar no combate ao coronavírus. Nesta sexta-feira, porém, a vertente seguida pelo clube tomou outro rumo, a violência doméstica contra a mulher. Dados divulgados pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) mostram que houve um aumento de 30% de casos desde que o estado adotou medidas de isolamento para conter a propagação do vírus.
Diante disso, o Timão se uniu ao projeto “Justiceiras”, idealizado pela promotora Gabriela Manssur e que tem como objetivo eliminar as barreiras de deslocamento para a busca de ajuda, além de também contribuir para que a mulher consiga denunciar o agressor.
- É um trabalho para informá-las e orientá-las. Afinal, as vítimas de violência estão em quarentena, dentro de casa, vigiadas pelo agressor e precisam de respostas para as perguntas mais básicas: ‘O que fazer?’, ‘Quem devo procurar?’, ‘A quais locais devo me dirigir?’, ‘Consigo resolver tudo sem sair de casa?’” – explica Manssur, que desde 24 de março já atendeu 150 vítimas de violência doméstica em todo o país.
Entre 17 e 25 de março, foram 985 denúncias realizadas, contra 829 ocorridas durante as duas primeiras semanas do mês, segundo o MPSP. A promotora explicou ainda que o atendimento é feito pelo WhatsApp, basta a vítima preencher um formulário com o pedido de ajuda e depois será encaminhada a uma voluntária especializada. Para finalizar, ela enfatizou que as medidas protetivas de urgência não foram afetadas pelo coronavírus.
-Sabemos que aquela pessoa que já sofre algum tipo de ameaça se torna ainda mais vulnerável durante este período, pois precisa ficar em casa. Quem está sofrendo precisa denunciar. É importante vermos também a possibilidade que esse cenário pode proporcionar, para algumas mulheres, um marco para a mudança e para a tomada de novas resoluções. Isso é possível desde que essas mulheres consigam dominar a situação atual. Mesmo com as limitações da quarentena, é importante que essa mulher busque ajuda. Esse pode ser um momento de se superar essa crise para não se desencadear um sofrimento ainda maior.
Mais informações:
- Projeto Justiceiras - (11) 99639-1212 (WhatsApp para atendimento)
- A Defensoria Pública de São Paulo mantém atendimento à distância em casos de violência doméstica pelos números: (11) 94220-9995 e 0800-7734340
- Também é possível entrar em contato com o Ministério Público de São Paulo pelo número: (11) 3119-9000
- É possível ser atendida pessoalmente em Delegacias de Polícia e Delegacias de Defesa da Mulher
- A Casa da Mulher Brasileira oferece atendimentos presenciais e funciona 24 horas por dia. R. Viêira Ravasco, 26, Cambuci, São Paulo. Telefone: (11) 3275-8000
- Existe também o serviço Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher. Este é um serviço do governo federal que auxilia e orienta mulheres vítimas de violência. As ligações podem ser feitas gratuitamente .