Capitão da Raposa no título da Série B, zagueiro é um dos poucos remanescentes para a próxima temporada - (Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro)
Capitão do Cruzeiro na campanha vitoriosa da Série B em 2022, o zagueiro Eduardo Brock é um dos poucos remanescentes para a próxima temporada. Em entrevista exclusiva à equipe Valinor Conteúdo/LANCE!, o defensor prometeu uma equipe fortalecida para a disputa da Série A, mas alertou que a Raposa ainda passa por uma reconstrução, agora, principalmente no elenco.
Brock ainda disse que o time brigará pelas conquistas, com a mesma metodologia agressiva que consagrou o Cruzeiro na temporada passada. Desportivamente, o time celeste objetiva a permanência na elite do futebol brasileiro, o título do Campeonato Mineiro e uma boa campanha na Copa do Brasil.
P: Brock, como você vê essa reestruturação do elenco do Cruzeiro para 2023, principalmente na zaga. Com a saída do Zé Ivaldo, que vocês já tinham um bom entrosamento, como você entende que o clube deve ir ao mercado?
R: O processo desde o início desse ano é de reestruturação. Primeiro a organização foi extracampo, interna. Gerou resultados e continua. E obviamente, o que é natural no futebol, muitos jogadores iriam sair, mas outros bons vão chegar. Existem muitas pessoas competentes trabalhando no Cruzeiro hoje que certamente tomarão as melhores decisões quanto às contratações. É uma pena que o Zé Ivaldo não permaneça, mas sabemos que o futebol é assim. Fizemos uma grande temporada defensivamente, todos estão de parabéns.
P: Sobre 2023, série A, o clube ainda passando por um ajuste profundo financeiro, como você vê o Cruzeiro brigando em um campeonato muito mais competitivo que a série B, praticando um orçamento mais baixo que os grandes clubes do Brasil. A organização tática do Paulo P. pode ser um diferencial para equipararem as forças com os principais orçamentos do Brasil?
R: Primeiro deve haver o entendimento da situação do Cruzeiro. Não é porque realizou um grande ano, foi campeão da forma que foi, que as coisas vão acontecer maravilhosamente na próxima temporada. É necessário ter humildade, entender que o clube ainda está num processo de reconstrução. O Cruzeiro vai fazer um time bastante forte, coletivamente falando, assim como foi em 2022 e claro, o trabalho do Paulo é um diferencial pela sua qualidade.
P: Sabemos da situação da situação financeira do Cruzeiro. Recentemente ouvimos dizer que o foco do clube será contratar jogadores por empréstimo e que não estão nos planos de nossos rivais. Você acredita que vamos conseguir montar um time competitivo para o ano de 2023 nessas condições?
R: Tenho certeza absoluta que o Cruzeiro vai montar um elenco bastante competitivo. Terá a cara do Cruzeiro, como foi nesta temporada, a cara do Paulo Pezzolano.
P: Você foi muito criticado em 2021, porém deu a volta por cima em 2022 sendo capitão e um dos principais responsáveis pelo titulo e o acesso do Cruzeiro neste ano. O que esperar o Brock em 2023?
R: Realmente passei por um momento difícil, mas consegui, junto com todos do clube e a minha família, dar a volta por cima. Acredito que foi um ótimo ano pra mim, assim como para o Cruzeiro. E na próxima temporada seguirei buscando melhorar, buscando a excelência e procurando ajudar os meus companheiros. Sei que tenho que evoluir em alguns aspectos e entender o que o Paulo irá pedir.
P: Em 2022 todos os clubes de Serie A que o Cruzeiro enfrentou, ou ganharam do Cruzeiro ou o jogo ficou empatado. Até o momento não ouvimos/vimos reforços para jogar a Serie A. Sabemos que o campeonato é mais competitivo e o nível tecnico superior. O que podemos esperar do Cruzeiro para 2023?
R: Pode esperar uma equipe muito aguerrida, que não irá parar de lutar em nenhum momento e que novamente buscará uma sinergia com a torcida. Seguiremos no estilo do Paulo, agressivo, de bloco ofensivo, obviamente sabendo que as competições serão muito difíceis, especialmente a Série A.
P: É fato que o elenco do Cruzeiro está passando por uma grande reformulação. No entanto, até aqui, na zaga, temos sua permanência e do Lucas Oliveira, dois jogadores fundamentais na campanha vitoriosa do ano passado. No quesito fora de campo, qual a importância dos remanescentes, a nível de experiência e conhecimento do trabalho do Pezzolano?
R: A permanência dos jogadores, o entendimento do funcionamento do clube, da forma de jogar, isso tudo ajudará os atletas que chegarem a entender a ideia do Paulo. Dessa vez teremos essa vantagem, pois no princípio de 2022 houve uma reformulação completa, o que tornou a implementação do trabalho um pouco mais lenta.
P: Com a reformulação, naturalmente haverá um desentrosamento do time, comparado ao do ano passado. Como o Cruzeiro pretende superar esse fato, para a disputa da primeira competição da temporada, o Campeonato Mineiro?
R: É natural. Com o passar dos jogos o entrosamento vai acontecendo, o treinador vai encontrando a equipe ideal, as peças se encaixam.
P: Sabemos que, em 2023, o principal objetivo do Cruzeiro é a permanência na elite do futebol. No entanto, o clube carrega o fato de não conquistar o Estadual desde 2019. A "pressão" pelo título existe? Como lidar com ela, mesmo sabendo que, na teoria, existe um favoritismo?
R: O futebol já tem pressão demais e quando se joga num clube gigantesco como o Cruzeiro, não existe uma responsabilidade muito grande. Com certeza tentaremos vencer todos os campeonatos, fazer sempre o melhor, mas com os pés bem fincados no chão. Entender qual é o processo que o clube passa, qual o momento atual. O pensamento é no crescimento do Cruzeiro. Será montado um time forte, que luta e desperta nos torcedores a vontade de jogar junto. Eles foram fundamentais e serão novamente. É um ano importante demais, de estabilização e nós já sabemos o quanto eles fazem a diferença.
