Cruzeiro confirma oficialmente renúncia de Wagner Pires de Sá

O vice Hermínio Lemos também deixou o cargo, Ronaldo Granata, que já havia enviado uma carta ao conselho sobre sua saída, ainda terá de assinar a renúncia  de forma oficial 

imagem cameraFim da dupla Wagner Pires e Itair Machado no Cruzeiro após a renúncia do presidente nesta quinta-feira-(Foto: Reprodução Instagram)
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Belo Horizonte
Dia 19/12/2019
17:00
Atualizado em 19/12/2019
17:33
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Agora é oficial. Wagner Pires de Sá não é mais presidente do Cruzeiro. O agora ex-mandatário renunciou ao cargo nesta quinta-feira, 19 de dezembro, após muitas idas e vindas do dirigente, que tentou se segurar no clube até o último momento, mesmo com sua administração sendo criticada e sendo responsável pela queda da Raposa para a segunda divisão do futebol brasileiro.

A saída de Pires de Sá já havia sido adiantada pelo presidente do conselho, José Dalai Rocha, na quarta-feira, 18, quando disse que havia recebido uma sinalização do então presidente, faltando apenas oficializar o ato, o que ocorreu nesta quinta-feira.

Além de Wagner Pires de Sá, deixa o cargo Hermínio Lemos, vice-presidente, faltando apenas o outro vice da chapa, Ronaldo Granata, assinar de forma oficial sua renúncia. Granata já havia enviado uma carta para o conselho aceitando deixar o seu cargo.

Com a saída da diretoria, um conselho gestor formado por empresários deverá assumir o clube, na tentativa de reerguer a Raposa que vive assolada em dívidas, investigações criminais e um vexame esportivo com a queda para a Série B.

Veja a nota do Cruzeiro

COMUNICADO OFICIAL – DIRETORIA DO CRUZEIRO ESPORTE CLUBE

O Cruzeiro Esporte Clube vem a público informar que o presidente do Clube, Wagner Pires de Sá, e o 1º vice-presidente, Hermínio Francisco Lemos, assinaram na tarde desta quinta-feira a carta de renúncia aos seus respectivos cargos no Clube Celeste.

O Clube ainda comunica que na manhã desta sexta-feira ambos farão a entrega da carta ao presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, José Dalai Rocha.

Portanto, ficará faltando a carta de renúncia do segundo vice-presidente, Ronaldo Granata.

Gestão Wagner Pires de Sá- Títulos e derrocada

Wagner Pires de Sá assumiu o Cruzeiro em janeiro de 2018 após vencer as eleições em 2017, contra a chapa apoiada pelo ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares. Houve um rompimento de Gilvan com o novo grupo comandante do clube, formado por figuras de pouca expressão no futebol como Sérgio Nonato, que se tornou diretor-geral, e Itair Machado, ex-vice de futebol, que se tornou um dos símbolos da pior temporada da história do clube, culminando no rebaixamento da equipe pela primeira vez em 98 anos.

O começo da gestão de Wagner Pires foi de confetes e holofotes, com a conquistando o Mineiro de 2018, sobre o rival Atlético-MG e posteriormente veio o bicampeonato da Copa do Brasil, trazendo o sexto título para a Toca da Raposa com um elenco recheado de jogadores veteranos e caros.

No fim de 2018, Itair Machado já sinalizava que o Cruzeiro estava em dificuldades financeiras, mesmo com os títulos conquistados e a a milionária premiação da Copa do Brasil, de mais de R$ 60 milhões.

A “previsão” do dirigente se concretizou em 2019, após um início cheio de polêmicas com declarações polêmicas contra rivais, federação mineira, além de disputas na venda de Arrascaeta para o Flamengo, desgastando o jogador com a torcida.

Em maio, a administração de Pires de Sá, que era tido com “Rainha da Inglaterra”, pois Itair Machado que administrava o futebol, começou a ruir. A TV Globo fez graves denúncias de crimes cometidos por membros da diretoria chefiada por Wagner, como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e outras atividades ilegais.

O resultado veio em campo com eliminações na Copa do Brasil, Libertadores, queda de treinadores, terminando o ano com quatro técnicos(Mano Menezes, Rogério Ceni, Abel Braga e Adílson Batista).

Porém, o pior ainda estaria por vir, quando após mostrar fraqueza em controlar elenco de veteranos que não rendia mais em campo, gerando no fim de 2019 a queda para a segunda divisão.

Outra pecha negativa da gestão do ex-presidente foi aumentar a dívida do clube de R$ 450 milhões para R$ 700 milhões, inviabilizando o dia a dia da Raposa, que deve salários para jogadores, funcionários, fornecedores, clubes e tem vários processos na FIFA, que podem render punições esportivas pesadas como outro rebaixamento.

A saída de Wagner Pires de Sá vai ao encontro do desejo do torcedor que protestou contra sua permanência e espera que o conselho gestor, que deve assumir, consiga trazer um dos gigantes do futebol brasileiro de volta para lugar de destaque no cenário nacional.

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