Deputados estaduais mineiros foram ameaçados por internautas nas redes sociais que exigem a assinatura do pedido de instalação da CPI do Mineirão. A informação foi divulgada pelo deputado estadual e presidente do Conselho de Administração do América-MG, Alencar da Silveira Jr. (PDT), que acionou a Polícia Civil na tarde dessa quinta-feira (30/3) para apurar as denúncias.
A administradora do Mineira, Minas Arena tem sido alvo de muitas críticas de Cruzeiro e Atlético-MG em função da prioridade dada a shows e eventos não relacionados ao futebol.
De acordo com Alencar da Silveira Jr., muitos deputados estão recebendo ameaças de morte, inclusive de familiares, caso não assinem o documento. O parlamentar também destaca que, apesar de as ameças terem sido feitas a alguns deputados, toda a Assembleia Legislativa foi atacada.
- Fui um dos primeiros deputados a assinar esse pedido de CPI e, portanto, não fui ameaçado, mas não podemos aceitar isso. Em 34 anos de vida pública, nunca vi isso acontecer. Alguns torcedores criminosos estão entrando nas redes sociais de parlamentares e os ameaçando de morte. Esse tipo de atitude não deve ser tolerada na democracia. Não é assim que os parlamentares devem ser pressionados. Sei que quem faz isso é uma pequena minoria de torcedores. Em geral, a torcida mineira é responsável e democrática(...)Como deputado, dirigente esportivo e torcedor, repudio veementemente esta atitude. Sou favorável à CPI, mas os deputados não devem ser coagidos dessa forma – afirmou o parlamentar.
Imbróglio sobre o Mineirão
O dono da SAF do Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno, fechou com o América-MG para jogar no estádio Independência em função das condições impostas pela Minas Arena – administradora do estádio – e que seriam lesivas para o clube celeste. Já o presidente do Atlético-MG, Sérgio Coelho, já detonou a gestão da Minas Arena e afirmou que a prioridade do estádio deveria ser o futebol.
Nessa quinta-feira (30/3), o empresário Pedro Lourenço se encontrou com o diretor da Minas Arena – administradora do Mineirão, Samuel Lloyd, para tentar apaziguar as relações entre clube e estádio, já que a Raposa não manda seus jogos no Gigante da Pampulha desde a temporada passada.
O empresário, que assim como Ronaldo Fenômeno também faz investimentos na SAF celeste, quer que o Cruzeiro volte a jogar no Mineirão, o que não é bem-visto pelo ex-atacante. Sócio majoritário das ações do time azul, o Fenômeno reclama, principalmente, das taxas abusivas para uso do estádio, e já revelou que não irá utilizá-lo em 2023.
Na tarde desta sexta-feira (31/3), a partir das 16h, várias torcidas organizadas do Cruzeiro marcaram uma manifestação na Praça Sete, um dos pontos mais movimentos de Belo Horizonte, para cobrarem uma gestão mais transparente do Mineirão e também a volta da Raposa ao maior palco do futebol em Minas Gerais.