O presidente do conselho gestor do Cruzeiro, Saulo Fróes, revelou mais uma dívida do clube. Os credores desta vez, são empresários, que tem a receber da Raposa cerca de R$ 20 milhões.
Fróes disse que acredita que parte dos débitos sejam provenientes de irregularidades na confecção dos contratos e afirmou que tudo será apurado antes de qualquer pagamento.
-Somente para empresários, o Cruzeiro tem um débito enorme, cerca de R$ 20 milhões, de anos anteriores. Existem indícios de irregularidades e nós vamos apurar todos estes contratos. Se estiver tudo certo, tem que pagar, mas se não estiver, além de discutir essa dívida, nós vamos levar para as autoridades, até as últimas consequências, se for preciso-disse Fróes, em entrevista ao site oficial do clube.
O dirigente fez críticas aos empresários de jogadores que atuam no clube por irem à Justiça antes de tentar um acordo com a Raposa. Até agora, quatro atletas entraram com ações trabalhistas: Thiago Neves, David, Éderson e Fabrício Bruno. O zagueiro já retirou a ação contra a Raposa e rescindiu seu contrato.
-A relação dos empresários com o Cruzeiro deve ser pautada pelos princípios éticos. Não podemos aceitar a falta de ética, compostura, e principalmente, os agentes incentivando os jogadores a entrarem na Justiça, e ir para um caminho que não é o adequado. Desde que assumimos, diante da situação difícil do Cruzeiro, nós temos procurado conversar com todos os jogadores, para adaptar à realidade. Em nenhum momento faltou diálogo de nossa parte. Pelo contrário, tanto que nós já chegamos a um bom termo com alguns deles. E com os que estão faltando, nós chegaremos. Por outro lado, em nenhum momento quisemos segurar os atletas. Todos que desejaram sair, saíram, e as portas ficaram abertas, em um possível retorno-disse.
Saulo Fróes pretende mudar a postura em relação aos empresários e não vincular mais o destino dos atletas com os agentes.
-O que não podemos admitir são agentes que são tendenciosos, que agem por interesse próprio, que procuram os caminhos somente através da Justiça. Nós respeitamos, eles têm todo o direito, mas acreditamos que não é a forma adequada, acreditamos que antes deve se ter um diálogo, para não dar um prejuízo ao clube que não tem necessidade. Estes agentes se esquecem que o Cruzeiro é eterno. Hoje nós estamos em uma situação difícil, mas nós vamos voltar ao topo. Aqueles que nos deram as mãos, nós vamos lembrar, e aqueles que recolheram as mãos, nós também vamos lembrar- disse, para ditar uma nova regra no clube.
-A partir de agora, não vamos admitir que estes agentes continuem transitando livremente pelo clube, trazendo jogadores, quando no momento em que o Cruzeiro mais precisou, eles viraram as costas. Não iremos abrir mão da ética, da transparência, da melhor relação. A relação só é boa quando é boa para ambas as partes e aí está sendo somente para uma parte, e isso nós não vamos admitir. Recentemente tivemos os casos de jogadores que, amparados por seus empresários, procuraram a via errada, ao nosso ver, o que só atrapalha a relação. Mas felizmente a maioria dos empresários tem entendido a situação do clube, buscando diálogo em busca das melhores soluções- disse em tom firme.