L! Espresso: Cruzeiro e Luxemburgo se unem em uma missão ingrata
Um casamento que já foi muito feliz, mas hoje é um retrato triste e envelhecido jogado num quarto qualquer
No dia 30 de novembro de 2003, o Cruzeiro vencia o Paysandu e conquistava o Campeonato Brasileiro, a última taça da Tríplice Coroa de uma temporada mágica: a Raposa já havia vencido o Estadual e a Copa do Brasil, regida pelo meia Alex dentro de campo e por Vanderlei Luxemburgo na beira do gramado.
Quase 18 anos depois, o treinador fará sua terceira passagem pelo clube, em um momento caótico. O Cruzeiro, afundando em uma crise financeira e técnica desde o rebaixamento inédito, hoje ocupa a zona de rebaixamento da Série B e não tem um time capaz de brigar pelo acesso.
E Luxemburgo, por sua vez, coleciona trabalhos inconstantes enquanto tenta regatar protagonismo. Nos últimos dez anos, foram apenas dois títulos de pouca expressão: estaduais de 2020, pelo Palmeiras, e 2017, pelo Sport. Migalhas em um currículo que inclui cinco títulos brasileiros por quatro clubes.
É difícil acreditar que Luxemburgo servirá de escudo, como tentou-se com Felipão na temporada passada. Ainda que a experiência conte para tentar tirar o Cruzeiro do buraco, o elenco não tem qualidade suficiente e nem dinheiro para fazer a revolução necessária.
O tal "fato novo" pode funcionar por algumas poucas rodadas, mas precisará driblar a lógica para funcionar de verdade. A realidade é que o Cruzeiro deve permanecer mais um ano longe da primeira divisão e o foco agora é se manter na Série B, por mais absurdo que soe ao falarmos de um dos gigantes do futebol brasileiro.
Luxemburgo dentro desta missão diz muito sobre os rumos que tanto clube quanto treinador tomaram. Um casamento que já foi muito feliz, mas hoje é um retrato triste e envelhecido jogado num quarto qualquer.
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