Jogo em horário nobre. Transmissão na TV aberta para Minas Gerais e Rio de Janeiro. Centésima partida entre os times que decidiram o Campeonato Brasileiro de 1974.
Quando Cruzeiro e Vasco saíram do túnel e pisaram no gramado do Mineirão, foi impossível não ser levado por uma onda de nostalgia. Lá estavam dois gigantes do futebol brasileiro, que hoje habitam a Série B - a Raposa pelo segundo ano seguido. Juntos, entregaram tudo aquilo que seus torcedores almejam há tempos, mas que se tornou raro na atualidade.
Teve de tudo: três gols - um deles uma pintura -, muitas finalizações, virada, expulsões, drama até o fim. E teve vitória do Cruzeiro, que ainda samba na tabela, mas foi dormir fora da zona de rebaixamento. Mas o pano de fundo deste clássico regional foi a percepção de que Raposa e Cruz-Maltino não estão à margem da primeira divisão à toa.
O Vasco acostumou-se a frequentar a Série B, o endividamento é alto e a disputa política no clube é caótica. Enquanto isso, o Cruzeiro se vê numa situação financeira desesperadora, com dirigentes investigados, elenco abaixo da média, e a sensação de que ainda não é possível ver o fundo do poço.
Mas na noite de ontem foram apenas Cruzeiro e Vasco, com o peso de suas camisas e a paixão de suas torcidas, ainda afastadas pela pandemia. Não é o bastante, mas foi um sopro do que eles representam para o futebol brasileiro. Em comum, a dor do encolhimento provocado por dirigentes que deveriam zelar por estas histórias.
O LANCE! Espresso é uma newsletter gratuita que chega de manhã ao seu e-mail, de segunda a sexta. A marca registrada do jornalismo do LANCE!, com análises de Fabio Chiorino e Rodrigo Borges. Clique aqui e inscreva-se.